Terminamos um bom percurso sobre filosofia na ìndia. Uma das coisas mais complexas são os diversos termos indianos presentes em cada uma dessas. Para facilitar a compreensão segue uma lista em ordem alfabética de todos os termos usados nas seguintes postagens:
Livros sagrados da Índia ֍ Jainismo - a religião mais pacífica do mundo ֍ Principais seitas e filosofia do jainismo ֍ Budismo, além dos portões do palácio ֍ Budismo – raciocínio filosófico e transcendência ֍ Hinduísmo - Parte 1 ֍ Hinduísmo - Parte 2 ֍ Agastya Muni - O maior dos sete sábios do sul da Índia ֍ Parshvanatha - Vigésimo terceiro Tīrthankara do Jainismo ֍ Nagarjuna – Budismo Mahayana, Vazio, Caminho do Meio e Duas Verdades
A
Acharya Jinaprabha Suri - proeminente monge jainista e um erudito notável dentro da tradição Svetambara do Jainismo. Ele é conhecido por suas contribuições significativas para a filosofia, literatura e ensinamentos religiosos jainistas.
Adhármico – refere-se a algo que não está de acordo com o Dharma, ou seja, não é ético, justo ou moral.
Adiyogi - forma reverenciada de Shiva, considerado o primeiro yogi ou o "Primeiro Mestre de Yoga". O termo "Adiyogi" vem do sânscrito, onde "Adi" significa "primeiro" e "yogi" se refere a um praticante de yoga. É uma figura central no yoga e na espiritualidade hindu, reverenciado como o primeiro yogi que trouxe o conhecimento do yoga à humanidade, simbolizando a busca pela auto-realização e transformação interior.
Adholoka - termo que se refere aos reinos ou planos inferiores de existência, frequentemente traduzido como "mundos inferiores" ou "infernos" nas tradições hindus e jainistas.
Adhvaryu – é um dos sacerdotes védicos, que desempenha um papel específico nos rituais e sacrifícios descritos nos Vedas, especialmente no Yajurveda. O Adhvaryu é responsável pela execução física dos rituais, incluindo a preparação e a manipulação dos materiais sacrificiais.
Advaita Vedanta - escola filosófica e espiritual dentro da tradição do Vedanta, que é uma das principais escolas de pensamento da filosofia indiana. Significa "não-dualidade". Ensina que a realidade última é uma e não dual. Exerce uma influência profunda na espiritualidade indiana, enfatizando a unidade essencial de toda a existência e a busca pela realização espiritualpor meio do conhecimento direto da própria natureza como sendo idêntica à natureza de Brahman.
Agamas - textos sagrados e escrituras veneradas principalmente pelas tradições religiosas hindus, especialmente no contexto do culto e da prática devocional. Existem diferentes categorias de Agamas que abrangem vários aspectos da vida religiosa, rituais, filosofia, arquitetura de templos, entre outros. Desempenham um papel crucial na preservação e na transmissão da tradição religiosa hindu, fornecendo diretrizes práticas e espirituais para os seguidores em diversas áreas de suas vidas religiosas e espirituais.
Agni – significa "fogo" e é também o nome do deus do fogo no hinduísmo. Agni é uma das divindades mais importantes nos Vedas, sendo o mensageiro que leva as oferendas humanas aos deuses e desempenha um papel crucial nos rituais védicos.
Ahiṃsa – significa "não-violência" ou "não causar dano". É um princípio fundamental no hinduísmo, budismo e jainismo, que preconiza o respeito à vida e a prática da não-violência em pensamento, palavra e ação.
Ajiva - conceito central na filosofia jainista que se refere aos componentes não-vivos do universo. No jainismo, o universo é dividido em dois principais tipos de substâncias: jiva (seres vivos ou almas) e ajiva (não-vivos). Ajiva compreende tudo o que não possui vida, consciência ou alma.
Ajivika – antiga escola de filosofia e ascetismo indiana, contemporânea ao budismo e ao jainismo. Os Ajivikas acreditavam no determinismo absoluto, ou seja, que tudo no universo é predeterminado e inevitável, e praticavam uma vida ascética rigorosa.
Aitareya – refere-se a Aitareya Brahmana, um dos textos Brahmana associados ao Rigveda. Os Brahmanas são textos védicos que fornecem instruções sobre os rituais e as explicações teológicas dos hinos védicos. O Aitareya Brahmana é particularmente significativo para o estudo dos rituais védicos.
Anantarika-karma (Anantariya-karma) - conceito no Budismo que se refere a ações de gravidade extrema que resultam em consequências imediatas e severas e impedem o renascimento em qualquer reino elevado ou a obtenção de estados espirituais elevados até que seu impacto seja resolvido. São considerados os tipos mais graves de Karma e têm efeitos inevitáveis e inescapáveis.
Anarthadanda-vrata - evitar ações prejudiciais ou desnecessárias e sem propósito.
Anekantavada – princípio jainista que sugere que a verdade e a realidade são percebidas de diferentes maneiras e que nenhuma visão pode ser completamente verdadeira por si só. É o conceito da "pluralidade de pontos de vista".
Anguttara Nikaya - uma das cinco coleções principais de discursos atribuídos ao Buda Gautama, preservados nas escrituras budistas conhecidas como Tipitaka ou Tripitaka. "Nikaya" em Pali significa "coleção" ou "grupo". Desempenha um papel crucial na preservação e transmissão dos ensinamentos do Buda Gautama, fornecendo uma visão abrangente dos caminhos espirituais e das práticas que conduzem à realização espiritual e à libertação do sofrimento.
Anumana - termo sânscrito que se refere à inferência ou raciocínio dedutivo na filosofia indiana, especialmente nas escolas de pensamento como Nyāya e Vaisheshika. É um dos três principais métodos de conhecimento (Pramāṇa) reconhecidos nessas tradições, ao lado da percepção direta (Pratyakṣa) e do testemunho verbal (Śabda).
Anuṣṭubh – um dos principais metros (métricas poéticas) usados nos versos védicos e na literatura sânscrita. Consiste em quatro linhas de oito sílabas cada, totalizando 32 sílabas.
Anutpada - termo sânscrito que significa "não surgimento" ou "não produção". No contexto do Budismo, especialmente na filosofia Madhyamika de Nagarjuna, anutpada refere-se à natureza fundamental dos fenômenos como sendo desprovidos de surgimento inerente.
Anuvrata - conceito fundamental no jainismo que se refere aos votos menores ou parciais adotados pelos leigos (Shravakas) em contraste com os votos maiores (Mahavratas) assumidos pelos monges e monjas (ascetas jainistas). Esses votos são compromissos éticos que os seguidores leigos fazem para viver uma vida virtuosa e moral, contribuindo para a purificação do karma e o progresso espiritual.
Aparigraha – princípio de não-possessividade ou desapego, praticado no jainismo, hinduísmo e budismo. Enfatiza a limitação dos desejos e a renúncia a bens materiais. É um conceito central em várias tradições espirituais indianas, como o hinduísmo, o jainismo e o budismo, e é considerado uma virtude importante para alcançar a paz interior e o crescimento espiritual.
Aranya – "floresta", em sânscrito. Muitas vezes usado em contextos espirituais e religiosos para descrever retiros florestais onde ascetas e sábios praticam austeridades.
Aranyaka – textos védicos que servem como transição entre os Brahmanas e os Upanishads. Eles contêm instruções e interpretações dos rituais e são destinados aos eremitas que vivem nas florestas.
Ara – pode se referir a "suporte" ou "altares" em contextos religiosos e rituais, embora o uso específico possa variar.
Arjuna – um dos principais personagens do Mahabharata, um dos maiores épicos hindus. Arjuna é um príncipe guerreiro e um dos Pandavas. Ele é especialmente conhecido por seu diálogo com Krishna no Bhagavad Gita.
Artha – um dos quatro objetivos da vida no hinduísmo, representando riqueza, prosperidade e objetivos materiais. É considerado necessário para sustentar a vida e a sociedade.
Arya – "nobre" ou "honrado". No contexto religioso, pode referir-se a pessoas que seguem o Dharma corretamente. Também é usado historicamente para descrever os povos indo-europeus que migraram para a Índia.
Asoka ou Ashoka - um dos mais notáveis imperadores da história da Índia antiga. Ele governou o Império Maurya de cerca de 268 a.C. a 232 a.C. e é lembrado tanto por suas conquistas militares quanto por sua subsequente conversão ao Budismo e promoção da paz e da moralidade.
Asrava – no jainismo, refere-se às influências ou fluxos que causam a acumulação de carma na alma. Asravas são as ações que poluem a alma e impedem sua liberação.
Asteya – um dos cinco Yamas (restrições morais) no yoga, que significa "não roubar". Enfatiza a honestidade e a integridade em pensamentos, palavras e ações.
Astika – refere-se às escolas filosóficas indianas que aceitam a autoridade dos Vedas. Inclui tradições como o Vedanta, o Samkhya, e o Yoga.
Astikayas – no jainismo, refere-se às cinco substâncias que compõem a realidade: Jiva (almas), Pudgala (matéria), Dharma (meio do movimento), Adharma (meio do repouso) e Akasha (espaço).
Atharvaveda – um dos quatro Vedas, os textos mais antigos da literatura indiana. Contém hinos, encantamentos e feitiços destinados à cura, proteção e rituais domésticos.
Atman – no hinduísmo, refere-se ao eu interior ou alma. É considerado eterno e indestrutível, a verdadeira essência de um ser, além do corpo físico e da mente.
Avatar – manifestação ou encarnação de uma divindade na terra. No hinduísmo, Vishnu é conhecido por ter dez avatares, incluindo Rama e Krishna. Avatara – outra forma de escrever "Avatar", referindo-se à encarnação divina.
Avasarpini – no jainismo, refere-se à fase descendente de um ciclo de tempo cósmico, caracterizada por degradação moral e espiritual. É parte do ciclo de Utsarpini e Avasarpini, que representam ascensão e declínio, respectivamente.
B
Bandha – em yoga e tantra, refere-se a bloqueios ou fechos corporais usados para dirigir a energia Prânica pelo corpo. Existem diferentes tipos de bandhas, como Mula Bandha (fecho da raiz), Uddiyana Bandha (fecho abdominal) e Jalandhara Bandha (fecho da garganta).
Bhagavadgita – texto sagrado do hinduísmo, parte do épico Mahabharata. É um diálogo entre o príncipe Arjuna e Krishna, que atua como seu guia e conselheiro. O Gita trata de questões filosóficas e práticas sobre a vida, o dever e a espiritualidade.
Bhakti-yoga – um dos caminhos do yoga, focado na devoção amorosa e na entrega a Deus. Enfatiza práticas como cantar, orar e servir a divindade.
Bharata – pode referir-se a vários contextos. O nome antigo da Índia, derivado do rei mítico Bharata, filho de Dushyanta e Shakuntala. É também um personagem importante no Mahabharata.
Bhartṛhari - erudito indiano significativo que viveu por volta do século V ou VI d.C., conhecido por suas contribuições em várias disciplinas como gramática (Vyākaraṇa), filosofia (Darśana) e poesia.
Bhakti Marga – caminho da devoção no hinduísmo. "Marga" significa caminho, então Bhakti Marga é a jornada espiritual baseada na devoção e no amor a Deus.
Bhogopabhogaparimana-vrata - voto de limitação da quantidade e da qualidade dos objetos que uma pessoa utiliza, tanto consumíveis quanto não consumíveis, para promover a simplicidade, evitar o apego material e minimizar o impacto negativo no meio ambiente e nos seres vivos.
Bhogopabhoga - refere-se ao consumo e ao uso de coisas que são usadas apenas uma vez (bhoga) e aquelas que podem ser usadas repetidamente (upabhoga).
Parimana - limitação ou restrição.
Bodisatvas - seres iluminados no Budismo Mahayana que dedicam suas vidas para alcançar a iluminação suprema, conhecida como Buddhahood, visando beneficiar todos os seres sencientes. Eles renunciam ao Nirvana para permanecer no ciclo de renascimentos para ajudar os outros alcançarem a iluminação.
Bodhisattva Avalokitesvara - conhecido como Kuan Yin na China e como Kannon no Japão, é uma figura central no Budismo Mahayana, reverenciada como a personificação da compaixão. Ele é considerado um dos mais importantes Bodhisattvas e é conhecido por ouvir os lamentos do mundo e responder com compaixão.
Brahma – a trindade hindu (Trimurti), Brahma é o deus criador. Ele é geralmente representado com quatro cabeças, simbolizando a criação dos Vedas.
Brahmacharya – um dos Yamas no yoga, referindo-se à castidade ou celibato. Também pode significar viver uma vida de autodisciplina e simplicidade, especialmente durante a fase de aprendizado da vida.
Brahman – princípio supremo, impessoal e transcendente no hinduísmo. É a realidade última e a fonte de toda a existência, além do mundo material e das divindades pessoais.
Brahmanas – textos védicos que explicam os rituais e cerimônias dos Vedas. Fornecem instruções detalhadas sobre a execução dos sacrifícios védicos e são considerados parte do corpus literário Shruti.
Brahmanismo – antigo sistema religioso da Índia que enfatiza os ensinamentos e práticas dos Vedas, bem como a primazia dos sacerdotes brâmanes na condução dos rituais.
Brihadaranyaka – um dos Upanishads mais antigos e extensos, associado ao Yajurveda. Contém discussões filosóficas profundas sobre o Atman (alma) e Brahman (realidade suprema).
C
Chandas – refere-se à métrica poética védica, a estrutura rítmica dos versos nos Vedas. É uma parte importante do estudo dos Vedas, conhecida como Vedanga.
Chakkavāla - termo encontrado na literatura budista posterior, especialmente nos comentários e textos budistas da tradição Theravada. Ele se refere a um conceito cosmográfico que descreve um sistema de montanhas que circundam os reinos do desejo (Kamaloka) como uma espécie de barreira ou limite.
Charvaka – antiga escola filosófica indiana que defendia o materialismo e o ceticismo. Charvakas negavam a existência de uma alma ou vida após a morte e rejeitavam a autoridade dos Vedas.
Chaturyama Dharma - no contexto do Jainismo, refere-se aos quatro princípios fundamentais ou práticas religiosas seguidas por monges e ascetas jainistas para alcançar a pureza espiritual e a libertação (moksha). Estes quatro princípios são seguidos rigorosamente pelos ascetas jainistas, mas também são considerados importantes para os leigos (Shravakas e Shravikas) em sua busca por uma vida ética e espiritual. A adesão a esses princípios ajuda na purificação do karma e na progressão no caminho espiritual dentro da tradição jainista.
Chetana – "consciência" ou "percepção". É a capacidade de sentir, perceber e experimentar, um conceito importante em várias filosofias indianas.
D
Daman – pode significar "controle" ou "autocontrole". Em um contexto espiritual ou filosófico, refere-se à disciplina e à contenção dos desejos e impulsos.
Dasa - pode ter diferentes significados e contextos dependendo do contexto em que é usado na mitologia hindu. Aqui estão alguns significados possíveis:
Servo ou Devoto - na mitologia hindu, pode se referir a um servo ou devoto de uma divindade. Por exemplo, "Bhakta dasa" significa um devoto dedicado de Deus.
Demônio ou Inimigo - Em alguns textos antigos, especialmente nos Puranas, pode ser usado para descrever demônios ou inimigos dos deuses, como os "Asuras" ou "Dasyus".
Como sufixo de nomes - Em nomes pessoais ou geográficos na Índia, "dasa" pode ser um sufixo que indica uma associação com um local ou uma família. Por exemplo, "Gurudasa" significa servo do guru.
Na Astrologia Védica - se refere a períodos de tempo regidos por planetas específicos, que são utilizados para previsão e interpretação astrológica.
Dharanendra - figura significativa no Jainismo, sendo venerado como um dos deuses serpentes (Nagas) na mitologia jainista. Ele é frequentemente mencionado em textos religiosos e é considerado uma divindade importante dentro da tradição.
Dharma (Darma) – refere-se ao dever, a ordem cósmica, a lei moral e a conduta correta. É um conceito central no hinduísmo, budismo e jainismo. Significa o caminho da retidão e da justiça. No budismo, também se refere aos ensinamentos do Buda.
Dharma Shastra - coleção de textos religiosos e legais na tradição hindu que delineiam os princípios e regras do dharma (conduta correta, lei, dever e justiça). Estes textos cobrem uma ampla gama de assuntos, incluindo leis civis, rituais religiosos, moralidade, ética e costumes sociais.
Desavrata - restringir ainda mais as atividades dentro de uma área mais específica.
Devas – divindades ou seres celestiais no hinduísmo. São considerados forças benévolas da natureza e guardiões do universo. Deuses como Indra, Agni e Varuna são considerados Devas.
Digambara - das duas principais seitas do jainismo, sendo a outra seita conhecida como Svetambara. Esses termos, Digambara e Svetambara, são de grande importância dentro da tradição jainista e refletem diferenças significativas em práticas, crenças e estilo de vida dos seguidores.
Digvrata - limitar as atividades a fronteiras geográficas fixas.
Dukkha - termo central no Budismo que geralmente é traduzido como "sofrimento," "insatisfação," ou "angústia." Representa a natureza insatisfatória da existência condicionada e é um conceito fundamental nas Quatro Nobres Verdades, que formam a base dos ensinamentos do Buda. Existem três formas:
Dukkha-dukkha - sofrimento óbvio e direto, como dor física, desconforto emocional e tristeza. Este é o sofrimento mais fácil de identificar e entender.
Viparinama-dukkha - sofrimento da mudança. Refere-se ao fato de que as coisas boas não duram para sempre e que a mudança constante é uma fonte de insatisfação. Mesmo as experiências agradáveis são impermanentes e, portanto, causam sofrimento quando mudam ou desaparecem.
Sankhara-dukkha - sofrimento inerente à condição condicionada. Este tipo de dukkha é mais sutil e refere-se à insatisfação que permeia todas as experiências devido à natureza condicionada e impermanente de todos os fenômenos.
Dukham Kal – "Dukham" significa "sofrimento" ou "dor" em sânscrito. "Kal" pode significar "tempo" ou "época". Juntos, podem referir-se a uma era de sofrimento ou a tempos difíceis.
Duryodhana – principal antagonista do Mahabharata, filho mais velho do rei Dhritarashtra. Ele é o líder dos Kauravas e rival dos Pandavas, especialmente de Arjuna.
E
Ekam – "um" ou "único" em sânscrito. Muitas vezes usado para denotar a unidade ou singularidade do Divino.
Ekendriyas – refere-se aos seres vivos que têm apenas um sentido, o sentido do toque. No jainismo, é uma classificação de seres sencientes com capacidades sensoriais limitadas.
G
Garbha-kalyana - termo sânscrito que pode ser traduzido literalmente como "celebração da concepção" ou "bênção do ventre". Este termo é comumente usado em contextos religiosos e culturais na Índia para se referir a cerimônias ou rituais realizados durante a gravidez, com o objetivo de garantir a saúde e o bem-estar da mãe e do bebê por nascer.
Goshala Maskariputra – também conhecido como Makkhali Gosala, foi um filósofo ascético e o fundador da escola Ajivika. Ele foi contemporâneo de Mahavira e Buda.
Guhyasamāja Tantra ou Tantra da Assembleia Secreta - um dos textos mais importantes do budismo vajrayana, especialmente dentro da tradição tibetana. Sua profundidade e complexidade oferece um caminho poderoso e direto para a iluminação, mas exige um compromisso sério e a orientação de mestres experientes para ser praticado de maneira eficaz e segura.
Gujarat – estado na costa oeste da Índia. É conhecido por sua rica história, cultura vibrante e economia próspera.
Gunavrata - refere-se a três votos suplementares no jainismo, projetados para apoiar e aumentar os votos principais da fé. Esses votos são destinados a leigos e têm como objetivo cultivar disciplina e conduta moral. Digvrata - limitar as atividades a fronteiras geográficas fixas. Desavrata - restringir ainda mais as atividades dentro de uma área mais específica. Anarthadanda-vrata - evitar ações prejudiciais ou desnecessárias sem propósito.
Gurukul - antigo sistema educacional indiano baseado na relação de mestre-discípulo, onde os alunos viviam com seus mestres em um ambiente próximo à natureza, aprendendo não apenas conhecimentos acadêmicos, mas também habilidades práticas, ética e valores espirituais.
H
Hare Krishna – mantra e saudação usada no Movimento Hare Krishna, uma tradição devocional focada na adoração de Krishna. O movimento é formalmente conhecido como ISKCON (Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna).
Harivamsa – épico complementar ao Mahabharata, que detalha a genealogia e as histórias dos descendentes do rei Harivamsa, incluindo a vida de Krishna.
Harivamsa Purana – seção específica do Harivamsa que se concentra nas histórias e nos ensinamentos de Krishna e seus ancestrais.
Hota – um dos sacerdotes nos rituais védicos. O Hota é responsável pela recitação dos hinos do Rigveda durante os sacrifícios.
I
Indra - figura central na mitologia hindu e um dos principais deuses no panteão hindu. É venerado como o rei dos deuses e um símbolo de poder, liderança e proteção divina. Sua presença na tradição védica e no panteão hindu reflete valores culturais profundos e conceitos filosóficos sobre a ordem cósmica e a natureza divina.
Isha – "Senhor" ou "Deus". Pode se referir a Isha Upanishad, um dos Upanishads que discute a natureza do Atman e Brahman.
Iṣṭa-devata - conceito central no hinduísmo que se refere à divindade pessoal escolhida para adoração individual ou familiar. O termo é derivado do sânscrito, onde "Iṣṭa" significa "preferido" ou "escolhido", e "devatā" significa "divindade".
Isvara – "Senhor" ou "Deus". No contexto do yoga e das filosofias indianas, refere-se à alma suprema ou a um ser divino controlador.
Isvarakrsna - filósofo indiano proeminente, conhecido principalmente por sua obra fundamental na tradição do Sāṅkhya.
É reconhecido como uma figura chave na tradição filosófica indiana, cuja obra definiu e estabeleceu os princípios do Sāṅkhya de maneira abrangente e influente.
Itihasas - textos épicos da literatura sânscrita antiga da Índia. Existem dois principais itihasas: o Mahabharata e o Ramayana. Esses textos são fundamentais para a cultura e a religião hindu, contendo narrativas épicas que combinam história, mitologia, filosofia, moralidade e espiritualidade.
J
Jain – relativo ao jainismo, uma antiga religião indiana que enfatiza a não-violência (Ahimsa), o ascetismo e a busca da liberação espiritual. Jaina – relativo aos seguidores do jainismo.
Jain Dharma – refere-se aos ensinamentos e práticas do jainismo.
Jambudvipa – no jainismo, budismo e hinduísmo, é a parte central e habitável do mundo. É considerado o continente onde os seres humanos vivem.
Janma-kalyanaka - termo sânscrito que se refere a uma cerimônia de celebração do nascimento, especialmente importante em várias tradições religiosas e culturais da Índia. A palavra "kalyanaka" significa "auspicioso" ou "bênção", e "janma" significa "nascimento". Portanto, janma-kalyanaka pode ser traduzido como "celebração auspiciosa do nascimento".
Ji – sufixo de respeito usado no subcontinente indiano, geralmente adicionado após o nome ou título de uma pessoa para mostrar respeito.
Jnana-kanda – seção dos Vedas que trata do conhecimento e da filosofia, particularmente os Upanishads.
Jnana-yoga – caminho do conhecimento no hinduísmo, focado na realização da verdade suprema por meio do estudo, meditação e discernimento.
Jiva – "alma" ou "ser vivo". No jainismo e no hinduísmo, é a alma individual, distinta do corpo físico e do universo material.
Jina – no jainismo, refere-se a um "vencedor" ou "conquistador", aquele que superou os desejos mundanos e alcançou a liberação. Mahavira é um exemplo de Jina.
Jyotisha – ciência védica da astrologia e astronomia. É uma das seis disciplinas dos Vedangas, utilizadas para calcular o tempo adequado para a realização dos rituais védicos.
K
Kalama Sutta - discurso atribuído ao Buda Gautama encontrado no Anguttara Nikaya, uma das coleções do Tipitaka, as escrituras budistas. É um texto fundamental que aborda questões de ceticismo, discernimento e como os praticantes devem investigar e compreender os ensinamentos espirituais.
Kalaripayattu - arte marcial tradicional originária do estado de Kerala, no sul da Índia. É considerada uma das formas mais antigas de artes marciais existentes, com uma história que remonta a milhares de anos.
Kalpa – refere-se a um longo período, uma era ou um ciclo cósmico na cosmologia hindu e budista.
Kalpa-Sutras – no contexto dos rituais védicos, se refere a um ramo dos Vedas que trata das instruções rituais. Faz parte dos Kalpa, nos Vedas. Eles fornecem regras e procedimentos detalhados para a realização dos rituais védicos.
Kama – um dos quatro objetivos da vida no hinduísmo, referindo-se ao desejo, paixão e prazer, incluindo o prazer sensorial e sexual. Também é o nome do deus hindu do amor e do desejo, frequentemente comparado a Cupido na mitologia greco-romana.
Kama-loka - reino dos desejos sensuais, que é um dos reinos de existência no ciclo de renascimento (Samsara). É um dos seis reinos tradicionais mencionados na cosmologia budista, representando o plano onde predominam os desejos sensoriais e as experiências de prazer e dor relacionadas aos sentidos.
Arupa-loka - se refere ao reino ou plano de existência sem forma ou incorpóreo. É um dos seis reinos de existência na cosmologia budista, que descreve diferentes estados ou dimensões onde os seres podem renascer de acordo com seu karma acumulado e sua realização espiritual.
Rupa-loka - se refere ao reino dos seres que possuem corpos materiais ou formas físicas distintas dos seres no kama-loka, o reino dos desejos sensuais. É um dos seis reinos de existência na cosmologia budista, sendo um plano onde os seres possuem formas físicas sutis ou refinadas.
Kamath - sobrenome comumente encontrado entre pessoas da região costeira de Karnataka, na Índia, especialmente entre os Tulu Brahmins. É um sobrenome de origem hindu, muitas vezes associado a comunidades que tradicionalmente desempenham funções sacerdotais, acadêmicas ou administrativas dentro da sociedade indiana.
Kalīkālkalpataru - texto sagrado do hinduísmo, especificamente da tradição Gaudiya Vaishnavismo. Ele foi escrito por Srila Krishnadasa Kaviraja Goswami, que é mais conhecido por seu trabalho monumental, o Chaitanya Charitamrita, que narra a vida e os ensinamentos de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Pode ser traduzido como "A Árvore dos Desejos para a Era de Kali". O título reflete a ideia de que, assim como uma árvore dos desejos (Kalpataru) pode satisfazer todos os desejos, este texto oferece soluções espirituais e orientações para as dificuldades específicas da era de Kali (Kali Yuga), que é caracterizada por conflito, hipocrisia e declínio da moralidade. O Kalīkālkalpataru é valorizado por seus devotos como uma fonte de inspiração e orientação, ajudando-os a navegar pelas dificuldades espirituais e morais da era de Kali através da devoção sincera e do serviço a Krishna.
Kandas – seções ou partes de um texto védico. Os Vedas são divididos em vários Kandas, cada um tratando de diferentes aspectos do conhecimento e dos rituais védicos.
Karma – princípio de causa e efeito, onde as ações de um indivíduo influenciam seu futuro. No hinduísmo, budismo e jainismo, o Karma é a lei moral de retribuição, onde boas ações geram resultados positivos e más ações resultam em consequências negativas.
Karma-Kanda – parte dos Vedas que lida com rituais e sacrifícios. Contrasta com a Jnana-kanda, que lida com conhecimento e filosofia.
Karma-Yoga – caminho do Yoga que enfoca a ação desinteressada e o serviço altruísta. É um dos quatro principais caminhos do Yoga no hinduísmo. Enfatiza a realização espiritual por meio do trabalho sem apego aos resultados.
Karnataka – estado no sul da Índia, conhecido por sua rica herança cultural, música carnática, templos históricos e desenvolvimento econômico.
Katha – "história" ou "narrativa". Pode referir-se a recitações e histórias espirituais ou mitológicas contadas em várias tradições indianas, frequentemente com um propósito moral ou didático.
Kauravas – os descendentes do rei Kuru, personagens centrais no épico Mahabharata. Os Kauravas são os primos e adversários dos Pandavas, e o conflito entre eles leva à grande batalha de Kurukshetra.
Kena – refere-se ao Kena Upanishad, um dos principais Upanishads do hinduísmo. Este texto filosófico aborda a natureza do Atman (alma) e Brahman (realidade suprema).
Kevalajnana - termo chave no jainismo que se refere ao conhecimento absoluto ou supremo, alcançado pelos seres iluminados (Siddhas) que atingiram a libertação final (moksha). Esse conhecimento é considerado completo e perfeito, livre de qualquer forma de limitação ou obscuridade, e é um dos objetivos finais da prática espiritual no jainismo.
Krishna – uma das divindades mais importantes do hinduísmo, frequentemente reverenciado como um avatar (encarnação) de Vishnu. Krishna é conhecido por suas lições no Bhagavad Gita, suas façanhas na infância e sua influência na batalha de Kurukshetra.
Kshatriya – uma das quatro Varnas (castas) na sociedade hindu, composta por guerreiros e governantes. Os Kshatriyas são responsáveis pela proteção e administração da sociedade.
Kundalini – uma forma de energia espiritual que se acredita estar localizada na base da coluna vertebral. Na prática do Kundalini Yoga, essa energia é despertada e levada a subir pela coluna, por meio dos chakras, para alcançar a iluminação.
L
Lopamudra - figura significativa na mitologia indiana, conhecida por sua sabedoria, devoção e papel como esposa do sábio Rishi Agastya. Sua história ilustra valores de renúncia, espiritualidade e a importância da busca pela verdade e pelo conhecimento nas tradições védicas.
M
Madhyaloka - conceito encontrado na cosmologia jainista que se refere a uma das três regiões principais do universo, onde habitam seres humanos, animais e outros seres terrenos. É uma das três divisões fundamentais da cosmologia jainista, sendo as outras duas o Adholoka (inferior) e o Urdhvaloka (superior).
Madhyama Agama - coleção de textos budistas que faz parte dos escritos agâmicos preservados principalmente em chinês, correspondendo ao Nikaya Sutta no cânone Pali do Budismo Theravada. Esses textos são considerados uma das coleções de ensinamentos do Buda Gautama que foram transmitidos e preservados nas primeiras comunidades monásticas budistas.
Madhyamaka ou Madhyamika - uma das escolas filosóficas mais influentes dentro do Budismo Mahayana, fundada por Nagarjuna no século II d.C. O nome "Madhyamika" deriva do termo "Madhyamaka", que significa "Caminho do Meio" em sânscrito. É conhecida por sua abordagem da vacuidade (Sūnyatā) e por sua metodologia dialética e por sua abordagem rigorosa à análise da natureza da realidade e à natureza última das coisas.
Mahabharata – um dos maiores épicos da literatura indiana, composto por cerca de 100.000 versos. Escrito por Vyasa, narra a história da batalha de Kurukshetra entre os Pandavas e os Kauravas. Também inclui o Bhagavad Gita, um diálogo filosófico entre Krishna e Arjuna. Além da narrativa principal, o épico contém ensinamentos filosóficos e morais, bem como histórias e mitos menores.
Mahamanvantara – grande ciclo de tempo na cosmologia hindu. Um manvantara é a era de um Manu, e um Mahamanvantara é um ciclo completo que inclui todas as eras dos Manus.
Maharashtra – um estado no oeste da Índia, conhecido por sua capital Mumbai, sua rica história cultural e herança Maratha.
Mahavrata - os cinco grandes votos adotados pelos ascetas (monges e monjas) jainistas. Esses votos são rigorosos e absolutos, marcando um compromisso total com a renúncia e a vida espiritual. Eles são considerados os fundamentos éticos da prática ascética no jainismo e são seguidos ao longo da vida por aqueles que se dedicam completamente ao caminho espiritual.
Mahayana - uma das principais correntes ou escolas do Budismo, que se desenvolveu a partir do século I d.C. como uma reação e expansão em relação às tradições mais antigas do Budismo, conhecidas como Hinayana (também chamado de Theravada). O termo "Mahayana" significa "Grande Veículo" e indica uma abordagem mais inclusiva e expansiva para a busca da iluminação e da salvação.
Mahavira – 24º Tirthankara (professor iluminado) do jainismo. Viveu no século VI a.C. e é considerado o fundador do jainismo moderno, enfatizando a não-violência (Ahimsa) e o ascetismo rigoroso.
Majjhima Nikaya - uma das principais coleções de discursos atribuídos ao Buda Gautama, preservados nas escrituras budistas conhecidas como Tipitaka ou Tripitaka. Este conjunto de textos é parte integrante do cânone Pali do Budismo Theravada, uma das tradições mais antigas e preservadas do Budismo.
Manas – refere-se à mente ou ao intelecto. No hinduísmo e budismo, é a faculdade mental que processa pensamentos e percepções.
Mandukya – refere-se ao Mandukya Upanishad, um dos Upanishads menores, que discute a natureza do Om e os estados de consciência.
Manjushri - importante divindade Bodhisattva no Budismo Mahayana, conhecido por ser o Bodhisattva da Sabedoria, crucial para a libertação no Budismo. Fonte de inspiração e orientação para praticantes em sua jornada espiritual.
Manorathapurani - texto sagrado no Jainismo. Ele é um comentário detalhado sobre o Kalpasutra, um dos textos mais importantes e reverenciados na tradição Jainista. O Kalpasutra, escrito por Acharya Bhadrabahu, descreve a vida de Mahavira, o 24º Tirthankara, e também contém a história dos primeiros Tirthankaras, além de normas para os monges durante o período de Chaturmas (os quatro meses das monções).
Mantra – sílaba, palavra ou frase sagrada repetida em oração ou meditação. Mantras são usados para focar a mente e invocar o divino.
Manu-smriti – também conhecido como "Leis de Manu", é um antigo texto legal e moral do hinduísmo que descreve as normas e regras de conduta para a sociedade.
Maruts - deidades guerreiras, frequentemente associadas ao vento, tempestades e trovões. São deidades poderosas na mitologia hindu, celebradas por sua conexão com as tempestades e a guerra divina, bem como por seu papel vital na manutenção da ordem cósmica e na proteção dos devotos.
Maya – conceito filosófico que se refere à ilusão ou aparência enganosa da realidade material. Na filosofia Vedanta, é o poder que cria a ilusão do mundo fenomênico.
Metempsicose – refere-se à transmigração ou reencarnação das almas, a crença de que após a morte, a alma renasce em um novo corpo.
Metteyya ou Maitreya - figura significativa no Budismo, especialmente nas tradições Mahayana e também mencionado em alguns textos do Budismo Theravada. Ele é reverenciado como um futuro Buda que surgirá no mundo para ensinar o Dharma quando as condições forem propícias.
Mīmāṃsakas - os adeptos da escola de filosofia conhecida como Mīmāṃsā, que é uma das seis escolas ortodoxas (āstika) do pensamento hindu. Esta escola se concentra principalmente na interpretação dos Vedas e no estudo dos rituais védicos (karma-kāṇḍa).
Moksha – libertação do ciclo de nascimento e morte (Samsara) e a realização da unidade com Brahman, o objetivo final das tradições espirituais indianas.
Mūlamadhyamakakārikā (Versos Fundamentais do Caminho do Meio) - obra central do filósofo budista Nagarjuna, um dos mais influentes pensadores do budismo mahayana. Esta obra é fundamental para a Escola Madhyamika, que Nagarjuna fundou.
Mundaka – refere-se ao Mundaka Upanishad, um texto filosófico que faz parte dos Upanishads, abordando temas como a natureza do conhecimento e a realização do Eu supremo.
N
Nagas - no contexto das tradições asiáticas, incluindo o Budismo e o Hinduísmo, são seres míticos que possuem características de serpente e, em algumas representações, aspectos humanos.
Naraka - termo sânscrito e páli que se refere aos reinos infernais ou estados de existência onde seres sofrem tormentos devido ao Karma negativo acumulado em suas vidas passadas. Não é um lugar de condenação eterna como no conceito ocidental de inferno, mas um estado temporário de purificação onde os seres expiam suas ações negativas antes de renascerem em outro reino de existência.
Nastika – refere-se a escolas de pensamento que rejeitam a autoridade dos Vedas. Exemplos incluem o budismo, jainismo e Charvaka.
Neminath, também conhecido como Neminatha ou Arishtanemi - 22º Tirthankara no Jainismo, uma das religiões antigas da Índia. Os Tirthankaras são seres iluminados que alcançaram a perfeição espiritual e guiam outros no caminho da libertação (moksha).
Nibbana dos khandas - refere-se ao estado de Nirvana ou Nibbana em que os cinco khandas (agregados) estão completamente transcendidos ou extinguídos. No Budismo, os khandas são as categorias ou grupos que compõem a experiência humana e são vistos como componentes da existência condicionada. Os Cinco Khandas:
Rupa - agregado da forma física ou materialidade.
Vedana - agregado das sensações ou sentimentos.
Sanna - agregado das percepções ou reconhecimentos.
Sankhara - gregado das formações mentais ou atividades mentais.
Vinnana - agregado da consciência ou consciência discriminativa.
Nibbana das kilesas - refere-se ao estado de Nirvana ou Nibbana em que os kilesas (aflições mentais) foram completamente extintos ou eliminados. No Budismo, os kilesas são estados mentais negativos como o desejo, o ódio, a ilusão e outras formas de apego e aversão que mantêm os seres presos ao ciclo de renascimento (Samsara).
Nigoda – no jainismo, refere-se a formas de vida microscopicamente pequenas, que vivem em grandes agregados e têm apenas uma forma muito limitada de consciência.
Nirjara – o jainismo, é o processo de eliminar o carma acumulado da alma através da prática de austeridades e disciplinas espirituais.
Nirukta – um dos seis Vedangas (disciplinas auxiliares dos Vedas), que se concentra na etimologia e interpretação das palavras védicas.
Niryara - termo no jainismo que se refere aos seres vivos que vivem no inferno ou nos reinos inferiores da existência, conhecidos como Naraka. Esses seres são considerados como tendo corpos sutis ou etéreos, muitas vezes associados a formas de vida inferiores e condições extremamente adversas.
Nirvana – no budismo, é o estado de liberação do sofrimento e do ciclo de nascimento e morte (Samsara). No jainismo, também se refere ao estado de liberação da alma.
Nyāya – uma das seis escolas ortodoxas da filosofia hindu (darśanas), conhecida por seu foco em lógica, epistemologia e metodologias de argumentação. Fundada por Akṣapāda Gautama (também conhecido como Gotama), a escola Nyāya se desenvolveu como um sistema filosófico detalhado que aborda a natureza do conhecimento e os meios de adquiri-lo.
P
Padmavati - figura importante na mitologia jainista, frequentemente venerada como uma deusa e associada a qualidades de pureza, beleza e sabedoria. Junto com Dharanendra e outras divindades na mitologia jainista, enriquece a compreensão espiritual e a prática devocional dos seguidores do Jainismo, oferecendo um contexto sagrado e inspirador para a devoção e a busca espiritual dentro dessa tradição religiosa antiga.
Pandavas – os cinco irmãos principais do épico Mahabharata, filhos do rei Pandu. Seus nomes são Yudhishthira, Bhima, Arjuna, Nakula e Sahadeva.
Paramanu – no jainismo, refere-se à partícula indivisível e eterna de matéria, similar ao conceito de átomo.
Parinirvana - refere-se ao completo Nirvana ou libertação final que ocorre no momento da morte de um ser iluminado no Budismo. É o estado de libertação final do ciclo de renascimento (Samsara), onde todas as impurezas mentais foram completamente eliminadas.
Parshvanatha – 23º Tirthankara do jainismo, que viveu cerca de 250 anos antes de Mahavira. Ele é conhecido por suas quatro grandes promessas (Mahavratas).
Parshva – outro nome para Parshvanatha.
Patna – capital do estado de Bihar, na Índia. É uma das cidades mais antigas do mundo continuamente habitadas e tem uma rica história cultural.
Prajnaparamita ou Perfeição da Sabedoria - conjunto de ensinamentos centrais no budismo mahayana que se concentram na natureza da sabedoria transcendente (prajna). Esses ensinamentos são apresentados em uma série de textos conhecidos como os Sutras Prajnaparamita.
Pratītyasamutpāda (Originação Dependente ou Interdependência) - conceito fundamental no budismo que descreve a natureza inter-relacionada e interdependente de todos os fenômenos. É um ensinamento central que sublinha a interdependência de todos os fenômenos e oferece uma estrutura para entender como o sofrimento surge e como pode ser transcendido por meio da compreensão da causalidade e da realidade interconectada.
Pudgala – o jainismo, refere-se à matéria ou substância física, que é uma das seis dravyas (realidades fundamentais).
Purusha – no hinduísmo, especialmente na filosofia Samkhya, é o espírito ou consciência pura, distinta da prakriti (matéria). Também pode referir-se ao Ser Cósmico primordial no Rigveda.
Puranas – textos sagrados do hinduísmo que contêm mitos, histórias de deuses e heróis, genealogias, cosmologia e ensinamentos religiosos. Existem 18 principais Puranas.
Puruṣartha - termo sânscrito que se refere aos quatro objetivos principais da vida humana de acordo com a tradição hindu. Esses objetivos são considerados fundamentais para a realização completa e equilibrada de uma pessoa dentro da sociedade védica: Dharma, Artha, Kāma e Mokṣa. Esses quatro puruṣārthas são considerados interdependentes e complementares, representando diferentes aspectos da vida humana que devem ser equilibrados e harmonizados para alcançar uma existência plena e significativa.
R
Rada – se você está se referindo a "Radha", ela é a amada consorte de Krishna, uma figura central no hinduísmo, especialmente na tradição Vaishnava. Radha é reverenciada por sua devoção e amor divino por Krishna.
Ramayana – um dos maiores épicos indianos, composto pelo sábio Valmiki. Narra a vida do príncipe Rama, sua esposa Sita, e seu irmão Lakshmana. A história centra-se na luta de Rama para resgatar Sita do demônio Ravana, o rei de Lanka.
Rākshasa – a mitologia hindu, refere-se a demônios ou seres sobrenaturais malignos. Os Rakshasas são frequentemente antagonistas nas histórias épicas como o Ramayana e o Mahabharata.
Ratnavali (A Guirlanda de Joias) - obra importante do filósofo budista indiano Nagarjuna, um dos principais fundadores da escola Madhyamika do budismo mahayana. Este texto é uma carta escrita por Nagarjuna ao rei Gautamiputra, oferecendo conselhos sobre governança ética e a prática do budismo. Combina conselhos práticos para a vida diária com ensinamentos filosóficos profundos, oferecendo uma visão abrangente de como viver de acordo com os princípios budistas.
Rayastán (Rajasthan) – um estado no noroeste da Índia, conhecido por seus desertos, palácios, fortalezas e rica herança cultural. Jaipur, Jodhpur e Udaipur são algumas das cidades famosas de Rajasthan.
Raychandrabhai Mehta – também conhecido como Raychandbhai, foi um poeta e líder espiritual jainista do século XIX. Ele foi um amigo e mentor espiritual de Mahatma Gandhi.
Rigveda – o mais antigo dos quatro Vedas, os textos sagrados do hinduísmo. Consiste em hinos (suktas) dedicados a várias divindades. Contém 10 mandalas (livros) e é uma fonte primária de conhecimento védico.
Rita – um conceito védico que representa a ordem cósmica, a verdade e a lei natural. É a base para o Dharma e a estrutura moral e ética do universo.
S
Sadhana - termo sânscrito que se refere a práticas espirituais ou disciplinas realizadas com o objetivo de alcançar crescimento espiritual, auto-realização ou um objetivo específico. A palavra "sadhana" deriva da raiz "sadh," que significa "cumprir" ou "alcançar." é uma prática espiritual abrangente que envolve uma variedade de técnicas e disciplinas destinadas a promover o crescimento espiritual e a realização do eu interior. Requer compromisso, disciplina e orientação adequada.
Sadhguru Jaggi Vasudev - comumente conhecido como Sadhguru, é um renomado líder espiritual, yogi, místico e autor indiano. Ele é o fundador da Isha Foundation, uma organização sem fins lucrativos que oferece programas de yoga e iniciativas sociais em todo o mundo.
Sadhya - em filosofia indiana, especialmente dentro do contexto das escolas Nyāya e Vaisheshika, refere-se à conclusão ou à proposição que se pretende estabelecer por meio do processo de inferência (Anumāna). Oferece um meio sistemático para estabelecer conhecimento usando a lógica e a razão.
Saivismo - uma das principais tradições do hinduísmo, centrada na adoração ao deus Shiva como a divindade suprema. É uma das formas mais antigas e reverenciadas de prática religiosa na Índia.
Sakyamuni ou Shakyamuni - título que significa "Sábio do clã dos Shakya" e é um dos epítetos mais comuns de Siddhartha Gautama, o fundador do Budismo. O termo "muni" significa "sábio" ou "santo". Portanto, Sakyamuni se refere a Siddhartha Gautama como o sábio do clã dos Shakya.
Saman – refere-se aos hinos cantados que fazem parte do Samaveda, um dos quatro Vedas. Esses hinos são melodias para serem cantadas durante os rituais védicos.
Samaveda – um dos quatro Vedas, composto principalmente de hinos que são cantados. É um texto litúrgico que fornece melodias e cânticos para rituais e cerimônias védicas.
Samjnin – significa "consciência" ou "percepção" em sânscrito. Pode se referir à capacidade de perceber e compreender.
Samsara – ciclo de nascimento, morte e renascimento (reencarnação) que continua até que se alcance a liberação (moksha). É um conceito central no hinduísmo, budismo e jainismo.
Samvara – no jainismo, refere-se às práticas e disciplinas que bloqueiam a entrada de novo karma na alma. Inclui ações como autocontrole, meditação e a observância de votos.
Śaṅkara ou Adi Śaṅkarācārya - proeminente filósofo e teólogo indiano do século VIII, conhecido principalmente por suas contribuições à escola de pensamento Advaita Vedanta. Ele desempenhou um papel crucial na revitalização e unificação do hinduísmo durante sua época.
Sankhya - uma das seis escolas ortodoxas da filosofia hindu, conhecida como darśanas. É uma das filosofias mais antigas da Índia, com raízes que remontam aos textos védicos e upanixádicos.
Saptarshis - em sânscrito "Sete Rishis", refere-se aos sete sábios venerados na tradição hindu. Eles são considerados grandes sábios ou rishis que possuem sabedoria divina e desempenham um papel significativo na mitologia e cosmologia hindus. Segundo a tradição, os Saptarshis foram criados pelo Senhor Brahma, o criador do universo, para ajudar na criação e orientar a humanidade. São os seguintes:
Atri - conhecido por sua grande sabedoria e austeridade, Atri é um dos dez Prajapatis (senhores da criação) e esposo de Anasuya. Ele é reverenciado como o autor de vários hinos no Rigveda.
Bharadvaja - filho de Brihaspati, é conhecido por sua erudição e contribuições à literatura védica. Ele é o autor do Bharadvaja Samhita e é associado à linhagem dos Bharadvaja.
Gautama - fundador da escola de lógica e filosofia Nyaya, Gautama é famoso por seus ensinamentos sobre ética e lógica. Ele também é o autor do Nyaya Sutras.
Jamadagni - pai do famoso avatar Parashurama, Jamadagni é conhecido por sua vida ascética e sabedoria. Ele é um dos descendentes dos Bhrigus.
Kashyapa - um dos mais antigos e reverenciados rishis, Kashyapa é considerado o pai de muitos devas (deuses), asuras (demônios) e outras criaturas. Ele desempenha um papel crucial na cosmologia hindu.
Vashistha - conhecido por sua grande sabedoria, Vashistha é um dos autores do Rigveda e é frequentemente mencionado nos épicos Ramayana e Mahabharata. Ele também é o guru do rei Rama.
Vishvamitra - riginalmente um rei, Vishvamitra tornou-se um grande sábio após uma intensa austeridade. Ele é conhecido por ter composto o Gayatri Mantra, um dos mais sagrados mantras védicos.
Sarasvati-Sindhu - antiga civilização do Vale do Indo, também conhecida como a Civilização Harappiana, que floresceu entre aproximadamente 3300 e 1300 a.C. na região que hoje corresponde ao Paquistão e ao noroeste da Índia. A civilização é frequentemente associada aos rios Indo (Sindhu) e Sarasvati.
Sarvastivada - uma das primeiras escolas budistas indianas, que se destacou na Índia antiga e teve uma influência significativa em muitas tradições budistas asiáticas. A escola Sarvastivada enfatizava a doutrina de que "tudo existe" (Sarvastivada), que afirmava a existência de todos os fenômenos em todos os tempos, passado, presente e futuro.
Satakatraya - refere-se a "três séries de cem" em sânscrito. É um termo usado para descrever um conjunto de três coleções de cem versos cada, compostos por Bhartṛhari, um renomado poeta e filósofo indiano. Cada uma dessas coleções, ou séries, é conhecida por abordar temas diversos, mas frequentemente incluem reflexões sobre amor, vida, espiritualidade e a natureza da existência humana. As obras incluídas no Śatakatraya são altamente valorizadas tanto por sua profundidade filosófica quanto por sua beleza poética, refletindo a rica tradição literária e intelectual da Índia antiga.
Satya – significa "verdade" ou "veracidade" em sânscrito. É um dos cinco yamas (votos) no yoga e é considerado um princípio ético central nas tradições indianas.
Sarasvati – deusa hindu do conhecimento, sabedoria, música, arte e aprendizado. Ela é frequentemente representada segurando um livro e um instrumento musical chamado veena.
Satyendra – um nome masculino indiano que significa "Senhor da Verdade". Pode ser usado como um nome próprio ou como um título honorífico.
Shaiva Agamas - coleção de escrituras que formam a base dos rituais, teologia e práticas devocionais do Shaivismo, a tradição hindu que adora Shiva como a divindade suprema. Os Agamas são textos revelados que detalham uma ampla gama de tópicos, incluindo filosofia, cosmologia, construção de templos, iconografia e práticas de adoração.
Shaivismo - uma das principais tradições do hinduísmo que reverencia o deus Shiva como a divindade suprema. É uma das mais antigas e ricas tradições dentro do hinduísmo, com uma vasta herança de textos, práticas espirituais e filosóficas. O Shaivismo é uma tradição rica e diversificada, que continua a ter uma profunda influência na vida espiritual e cultural de milhões de hindus ao redor do mundo.
Shaivite - refere-se aos seguidores do Shaivismo, uma das principais tradições dentro do Hinduísmo que venera o deus Shiva como a divindade suprema.
Shakti - conceito central no hinduísmo que representa o poder divino, a energia primordial e a força feminina do universo. Shakti, como a personificação do poder divino feminino, oferece uma perspectiva rica e profunda sobre a energia vital que permeia e sustenta todo o cosmos, destacando a importância do equilíbrio e da união dos aspectos masculino e feminino na criação e na espiritualidade.
Shaktismo - culto e a filosofia centrados na adoração de Shakti como a Deusa Suprema. É uma das principais tradições do hinduísmo, ao lado do Vaishnavismo (adoração a Vishnu) e do Shaivismo (adoração a Shiva).
Shakta Devi Shastra - escrituras sagradas da tradição Shakta, que adora a Devi (a Deusa) como a divindade suprema. O Shaktismo é uma das principais tradições do hinduísmo, que enfatiza a adoração à energia divina feminina. As escrituras Shakta incluem textos que tratam da teologia, mitologia, rituais, e práticas devocionais centradas na Deusa.
Shravana Shukla Saptami - ocasião significativa no calendário hindu, especificamente celebrada como o Raksha Bandhan, uma festividade que enfatiza os laços de proteção entre irmãos e irmãs. A data ocorre no sétimo dia da quinzena clara (Shukla Paksha) do mês hindu de Shravana, geralmente em julho ou agosto, de acordo com o calendário gregoriano.
Shruti (o que é ouvido) – refere-se aos textos sagrados que são considerados "ouvidos" ou "revelados" diretamente aos rishis (sábios) na tradição védica. Os Vedas e os Upanishads são considerados Shruti.
Shiksha – um dos seis Vedangas, que se refere ao estudo e ensinamento da fonética e pronúncia correta dos textos védicos. Também pode significar "educação" ou "instrução".
Shesh Nag – uma divindade serpente na mitologia hindu, também conhecida como Adi Shesha. Ele é o rei das nagas (serpentes) e é frequentemente retratado como uma serpente gigante com muitas cabeças, em cima da qual o deus Vishnu repousa.
Shikshavratas - conjunto de votos disciplinares no jainismo, destinados a ajudar os leigos a se prepararem para uma vida mais ascética. Complementam os principais votos (Anuvratas e Gunavratas) e promovem a disciplina espiritual e a ética.
Samayika-vrata - voto para dedicar um tempo específico todos os dias para a meditação e a contemplação espiritual. Durante este período, o praticante se abstém de atividades mundanas e se concentra na purificação da mente.
Desavakasika-vrata - voto envolve a restrição adicional das atividades a uma área específica por um tempo determinado, além do voto de Digvrata. Ajuda a reduzir o apego e a influência dos desejos mundanos.
Poshadha-vrata - voto de jejuar em determinados dias do mês. O praticante se abstém de alimentos e outras comodidades, dedicando-se à meditação e práticas espirituais.
Atithi-samvibhaga-vrata - voto que envolve a prática de doar comida e outros recursos aos ascetas ou a pessoas piedosas antes de se alimentar. É uma forma de praticar a caridade e de minimizar o apego aos bens materiais.
Shiva ou Xiva – um dos principais deuses do hinduísmo, conhecido como o "Destruidor" na Trindade Hindu (Trimurti), junto com Brahma (o Criador) e Vishnu (o Preservador). Shiva é venerado como o deus da destruição e transformação, além de ser associado com a meditação, ascetismo e renovação espiritual.
Shlokas – versos ou hinos em sânscrito, frequentemente encontrados em textos religiosos e épicos como os Vedas, os Puranas, o Mahabharata e o Ramayana. São usados para recitação e meditação.
Ista-devata - conceito central no hinduísmo que se refere à divindade pessoal escolhida para adoração individual ou familiar. O termo é derivado do sânscrito, onde "Iṣṭa" significa "preferido" ou "escolhido", e "devatā" significa "divindade".
Siddha – um ser que atingiu a perfeição espiritual ou iluminação. No jainismo, siddhas são almas libertas que alcançaram moksha. No hinduísmo e no budismo, pode se referir a mestres espirituais que possuem poderes sobrenaturais.
Siddhas – plural de Siddha, referindo-se a vários seres que atingiram a perfeição espiritual ou iluminação.
Siddhashila – no jainismo, é a morada dos siddhas, localizada no topo do universo. É um estado de existência livre de nascimento, morte e sofrimento.
Smriti (recordação) – textos religiosos hindus que são "lembrados" e transmitidos através das gerações, em contraste com os Shruti, que são "ouvidos" diretamente dos deuses. Exemplos de Smriti incluem os Puranas, o Mahabharata, o Ramayana e os Dharma Shastras.
Sramânicos – refere-se às tradições ascéticas e religiosas da Índia antiga, como o jainismo e o budismo, que se desenvolveram paralelamente à tradição védica.
Sukha – significa "felicidade" ou "bem-estar" em sânscrito. É um estado de conforto, alegria e prazer.
Sunyata ou Shunyata - geralmente traduzido como "vacuidade" ou "vazio", é um conceito central na filosofia budista, especialmente nas tradições Mahayana. Significa que todos os fenômenos são desprovidos de existência inerente, estando em constante mudança e dependência de causas e condições. Esse conceito está ligado à doutrina da originação dependente, onde os fenômenos surgem sem uma essência fixa. Śūnyatā desconstrói ilusões e percepções errôneas, permitindo aos praticantes superar a ignorância e emoções perturbadoras, causas do sofrimento. Como parte do "Caminho do Meio" da Madhyamika, evita os extremos do eternalismo e do niilismo. Perceber a vacuidade transforma a mente, tornando-a flexível e compassiva. Textos como "Mūlamadhyamakakārikā" exploram profundamente Śūnyatā, cuja meditação conduz à iluminação.
Sutta Pitaka - uma das três principais divisões do Tripitaka, também conhecido como Tipitaka, que é a coleção canônica das escrituras do Budismo Theravada. O Tripitaka é composto por três "cestos" (pitaka), e o Sutta Pitaka é um deles. Continua a ser estudado e praticado por budistas em todo o mundo, pois oferece um tesouro de sabedoria atemporal e aborda questões humanas fundamentais. Proporciona caminhos para o desenvolvimento espiritual e a liberação do sofrimento.
Sutra – literalmente significa "fio" ou "cordão". Refere-se a aforismos curtos ou textos concisos que expõem os ensinamentos religiosos, filosóficos ou jurídicos. Exemplos incluem os Yoga Sutras de Patanjali e os Sutras Budistas.
Svetambara - uma das duas principais seitas do jainismo, sendo a outra seita conhecida como Digambara. Esses dois termos, Svetambara e Digambara, são essenciais para entender as diferentes práticas, crenças e costumes dentro da tradição jainista.
T
Taittiriya – refere-se ao Taittiriya Upanishad, que faz parte do Yajurveda. É um texto filosófico que discute a natureza do Brahman, a educação e a moralidade.
Tamil Siddhas - a seita de sábios e místicos da tradição Tamil, no sul da Índia. A palavra "Siddha" vem do termo sânscrito "siddhi", que significa "perfeição" ou "realização espiritual". Os Siddhas são conhecidos por terem alcançado um alto nível de iluminação espiritual e poderes sobrenaturais (siddhis) através de práticas de yoga, meditação, alquimia e medicina tradicional.
Tamraparniyan - termo que se refere a um ramo específico dentro da tradição Shaiva Siddhanta do hinduísmo. É uma tradição devocional e filosófica dentro do Shaiva Siddhanta, profundamente enraizada na cultura e espiritualidade do sul da Índia, especialmente em Tamil Nadu.
Tantra – textos e práticas esotéricas que abordam rituais, meditação e filosofia. Tantra enfatiza a união do masculino e feminino divinos e utiliza métodos específicos para alcançar a realização espiritual.
Taranapanthi – uma seita ou tradição dentro do jainismo, fundada por Taran Svami no século XVI. É conhecida por enfatizar a devoção e a prática espiritual sem imagens ou ídolos.
Tarka - pode se referir a diferentes conceitos dependendo do contexto em que é utilizado, mas geralmente está associado ao raciocínio lógico e à argumentação.
Tattva – significa "realidade" ou "verdade". No jainismo e em outras filosofias indianas, refere-se aos elementos fundamentais ou princípios da existência.
Theravada (Doutrina dos Anciãos) - uma das principais tradições do Budismo, considerada a escola mais antiga e conservadora. Preserva os ensinamentos próximos àqueles atribuídos diretamente ao Buda.
Theravadins - seguidores do Budismo Theravada, uma das principais tradições do Budismo que se concentra na preservação dos ensinamentos originais do Buda Gautama. A palavra "Theravada" significa "Doutrina dos Anciãos" ou "Caminho dos Anciãos", refletindo sua ênfase na autoridade dos ensinamentos encontrados nos textos mais antigos preservados nas escrituras Pali.
Tirthankaras – os 24 mestres iluminados ou professores no jainismo que estabeleceram o caminho da liberação. Mahavira é o 24º e mais recente Tirthankara.
Trikandi - termo com interpretações variadas dependendo do contexto. Primeiro, pode significar o trio sagrado dos Vedas: Ṛgveda, Yajurveda e Sāmaveda, fundamentais para o hinduísmo. Segundo, representa uma tradição filosófica baseada nos três principais sistemas de conhecimento (Pramāṇa): percepção direta (Pratyakṣa), inferência (Anumāna) e testemunho verbal (Śabda) dos Vedas, críticos em filosofias como Nyāya e Mīmāṃsā. Além disso, em usos contextuais literários ou culturais, pode referir-se a algo composto por três partes fundamentais.
Trimurti – trindade hindu composta por Brahma (o Criador), Vishnu (o Preservador) e Shiva (o Destruidor). Representa os três aspectos principais da divindade na cosmologia hindu.
Tri-varga – também conhecido como Purusharthas, refere-se aos três objetivos da vida no hinduísmo: Dharma (dever), Artha (prosperidade) e Kama (prazer). Moksha (liberação) é frequentemente adicionado como o quarto objetivo.
U
Udayana - filósofo indiano e um dos mais importantes proponentes da escola Nyāya de filosofia hindu. Ele viveu aproximadamente entre os séculos 10 e 11 d.C. e é conhecido por suas contribuições significativas à lógica, epistemologia e metafísica dentro do contexto da filosofia hindu.
Udgata – o contexto dos rituais védicos, é o cantor principal ou o sacerdote que entoa os hinos do Samaveda durante os sacrifícios védicos.
Upanishads (também escrito Upaniṣads) – são textos filosóficos e espirituais que formam a base do pensamento hindu. Eles exploram temas como a natureza do self (atman), o universo (brahman), a vida após a morte e o caminho para a liberação (moksha).
Upasana kanda –seção dos Vedas que se concentra na adoração, meditação e práticas devocionais. É uma parte dos Karma-kanda, que trata dos rituais védicos.
Urdhvaloka – refere-se aos reinos superiores ou aos planos celestiais nos conceitos hindus e jainistas, onde os seres podem desfrutar de uma existência celestial antes de reencarnar na Terra.
Utsarpini – no jainismo, é um dos dois ciclos cósmicos, caracterizado por um período ascendente de prosperidade e virtude.
V
Vaisesika - outra das seis escolas ortodoxas da filosofia hindu (darśanas). Ela é conhecida por sua abordagem analítica e categórica do mundo, focando na metafísica e na natureza da realidade.
Vaishnava Pancharatra - refere-se a um grupo de textos e uma tradição dentro do Vaishnavismo, uma das principais seitas do hinduísmo que adora Vishnu e suas encarnações, como Rama e Krishna. O termo "Pancharatra" significa "cinco noites", embora seu significado exato e origem histórica sejam objeto de debate entre os estudiosos.
Vaishnavismo - uma das principais tradições do hinduísmo que venera Vishnu, juntamente com seus avatares, como a divindade suprema. É uma tradição devocional e filosófica dentro do hinduísmo, centrada na adoração de Vishnu e seus avatares, com uma rica herança textual, práticas espirituais e festivais vibrantes.
Vajrayana - tradição do Budismo que utiliza métodos tântricos avançados, com ênfase em rituais, meditações complexas e a relação direta entre mestre e discípulo, para alcançar a iluminação de forma rápida e eficaz.
Vajraghosha - nome que pode se referir a várias figuras significativas em diferentes tradições asiáticas, incluindo o Budismo e o Jainismo. No Budismo Mahayana: pode se referir a um renomado mestre budista Mahayana que foi um erudito e tradutor de textos budistas para o sânscrito. Ele é conhecido por suas contribuições para a tradução de textos budistas clássicos para o sânscrito, ajudando na preservação e disseminação dos ensinamentos budistas. No Jainismo: pode também ser um nome de um erudito ou monge Jainista, embora informações específicas sobre esse nome dentro do contexto jainista possam variar.
Vedangas – membros ou disciplinas auxiliares dos Vedas. Eles incluem Shiksha (fonética), Vyakarana (gramática), Chandas (métrica), Nirukta (etimologia), Jyotisha (astronomia/astrologia) e Kalpa (rituais).
Vedas – textos mais antigos e sagrados do hinduísmo, compostos por hinos (mantras) dedicados a diversas divindades. Os Vedas são divididos em quatro: Rigveda, Samaveda, Yajurveda e Atharvaveda.
Vikalpa - termo sânscrito que significa "concepção" ou "fantasia", é central nas tradições budista e hindu. Representa construções mentais fabricadas pela mente que podem não refletir a realidade objetiva, contribuindo para apego e ilusão. No Yoga Sutra de Patanjali, Vikalpa é descrito como conhecimento falso surgido da imaginação, não da percepção direta. Vikalpas incluem pensamentos, ideias e imagens mentais que surgem condicionados por experiências e desejos passados, distorcendo a percepção da realidade e gerando sofrimento. Na prática espiritual, superar os Vikalpas é crucial para compreender a verdade última (Dharma) e alcançar a liberação espiritual (Moksha ou Nirvana), geralmente pela meditação, que cultiva a atenção plena para discernir entre construções mentais e realidade direta.
Vishnu – uma das principais divindades do hinduísmo, conhecido como o "Preservador" na Trindade Hindu (Trimurti), junto com Brahma (o Criador) e Shiva (o Destruidor). Vishnu é venerado por sua encarnação como Rama e Krishna, entre outras.
Viraj – um conceito védico que se refere à entidade cósmica feminina, frequentemente associada ao universo material ou à manifestação cósmica.
Virya – "força" ou "poder". Pode se referir à energia vital, à potência ou à virtude.
Vividha Tirtha Kalpa - texto sagrado no Jainismo, especialmente venerado pelos seguidores da tradição Svetambara. Este texto é uma coleção de hinos ou cânticos devocionais que descrevem os méritos espirituais e as qualidades dos diversos lugares sagrados (tirthas) associados com os Tirthankaras (profetas jainistas) e outras figuras espirituais importantes dentro da fé jainista.
Vyakarana – gramática sânscrita, uma das Vedangas, que estuda as regras e estruturas da linguagem para entender corretamente os textos védicos.
Vyasa – título honorífico dado a sábios e autores antigos, sendo o mais conhecido Vedavyasa ou Krishna Dvaipayana Vyasa. Ele é creditado como o compilador e editor dos Vedas e autor do Mahabharata, Bhagavad Gita e muitos Puranas.
Y
Yajna ou Yagna – ritual védico de sacrifício, onde oferendas como grãos, ghee (manteiga clarificada), ervas e às vezes animais são oferecidos ao fogo sagrado (agni) em um altar. O Yajna é realizado para propósitos religiosos e espirituais, buscando obter bênçãos divinas e promover a harmonia cósmica.
Yājñavalkya - figura proeminente na antiga literatura indiana, especialmente nos textos védicos e nos dharmashastras. O legado de Yājñavalkya é profundamente enraizado na tradição védica e nas práticas religiosas hindus. Suas obras e ensinamentos continuam a ser estudados e respeitados como fundamentais para a compreensão da ética, da lei e da espiritualidade na Índia antiga.
Yajurveda – um dos quatro Vedas, textos sagrados do hinduísmo. O Yajurveda é composto por hinos e mantras que são usados pelos sacerdotes durante os rituais de sacrifício (yajnas). Ele é dividido em duas principais recensões: o Yajurveda branco (Shukla Yajurveda) e o Yajurveda negro (Krishna Yajurveda), ambos contendo hinos e procedimentos rituais.
Yajus – refere-se aos mantras usados pelos sacerdotes durante os rituais de sacrifício (yajnas) conforme descritos no Yajurveda. Esses mantras são recitados enquanto as oferendas são feitas ao fogo sagrado (agni), invocando divindades específicas e buscando a bênção dos deuses.
Yamarāja (Yama ou Iamarash) - figura importante nas tradições religiosas do Hinduísmo e do Budismo. No contexto budista, Yama é o senhor da morte e o governante do submundo, responsável pelo julgamento das almas após a morte. Rege o ciclo de vida e morte, julgando as almas com base em seus Karmas acumulados. É frequentemente retratado como uma figura demoníaca, segurando um cetro ou corda para laçar as almas. No Budismo tibetano, Yama aparece no centro da Roda da Vida (Bhavachakra), que ilustra o Samsara e os reinos de existência. Ele decide o próximo renascimento das almas, favorecendo aquelas com Karma positivo e punindo as com Karma negativo. Yama simboliza a impermanência da vida e a inevitabilidade da morte, destacando a importância da ética e da prática espiritual.
Yogacara ou Yogachara - importante escola filosófica dentro do Budismo Mahayana, que se desenvolveu na Índia por volta dos séculos IV-VI d.C. O termo "Yogacara" pode ser traduzido como "prática da yoga" ou "aqueles que praticam yoga".
Yugas - no hinduísmo, o conceito refere-se aos grandes ciclos de tempo em que o universo se desenvolve e evolui. Existem quatro Yugas, cada um com características específicas em termos de virtude, moralidade e comportamento humano. Cada Yuga representa um estágio de evolução e involução da sociedade e da espiritualidade humana. Após o fim do Kali Yuga, acredita-se que um novo ciclo de Yugas começará novamente com o Satya Yuga, reiniciando o ciclo da criação e destruição ֍
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