Império Persa Aquemênida, c. 550-330 a.C.
Descendentes dos indo-europeus, os persas povoaram a região a leste da Mesopotâmia por volta de 6000 a.C. Essas migrações continuaram até 2000 a.C. Por volta de 1000 a.C., um grupo de nômades indo-europeus, chamados de persas pelo mundo ocidental antigo, se estabeleceu em Persis, na região sul do Irã.
No atual Irã, os persas coabitavam com outros povos, como os medos. Por volta de 1400 a.C., dois grupos nômades de língua indo-europeia, medos ao norte e persas ao sul, começaram a habitar o planalto iraniano. Embora falassem a mesma língua e compartilhassem crenças e costumes, não se reconheciam como uma identidade comum. Durante séculos, o Império Assírio dominou a região, obrigando medos e persas a pagar tributos. No século VII a.C., os medos se tornaram independentes e fundaram Ecbátana, sua capital. Após a queda da Assíria em 605 a.C., Ciaxares, rei dos medos, expandiu seu domínio para o oeste do Irã.
Pérsia é o nome pelo qual os antigos gregos designavam o território governado pelos . A Dinastia Aquemênida, nomeada em homenagem a Aquemenes, que governou Pérsis de 705 a 675 a.C., ocupava uma região limitada a oeste pelo rio Tigre e ao sul pelo Golfo Pérsico. O Império Persa Aquemênida começou sua expansão em 550 a.C. após derrotar o Reino dos Medos e durou até 330 a.C., influenciando profundamente a história da Antiguidade Oriental.
Por volta de 550 a.C., Ciro II organizou uma rebelião e tomou a capital dos medos. Ele era tataraneto de Aquemênes, o primeiro rei persa, cujo nome deu origem à denominação Império Persa Aquemênida. Portanto, o primeiro rei do Império Persa Aquemênida foi Ciro II, também conhecido como Ciro, o Grande. O nome "Ciro II" distingue-o de "Ciro I", seu avô, rei de Anshan antes da fundação do Império Persa. Para comemorar sua vitória sobre Astíages, Ciro II construiu a cidade de Pasárgada no local da batalha, em homenagem à sua tribo. Com a derrota de Astíages, Ciro II tornou-se governante do antigo Império Medo, consolidando seu poder ao submeter governantes menores.
Ciro II iniciou campanhas militares para expandir seu domínio, conquistando a Lídia, a Babilônia e outras cidades da Mesopotâmia. O império se estendeu por vastas áreas da Ásia, África e Europa, incluindo partes dos atuais Irã, Turquia, Egito, Grécia e Paquistão, dominando pacificamente regiões como Fenícia e Jerusalém. De 550 a.C. a 500 a.C., tornou-se o primeiro império global, governando porções significativas do mundo antigo.
Após a morte de Ciro II, Cambises II conquistou Egito, Núbia e Cirenaica em 525 a.C. Em 522 a.C., um golpe de estado liderado por Guamata, em nome de Bardiya, foi derrubado por Dario I, consolidando o controle territorial. Dario II, o Grande, e seu filho Xerxes I, expandiram o domínio imperial, abrangendo da Mesopotâmia ao leste do Vale do Indo, atingindo o auge com 44% da população mundial sob seu domínio. Essa expansão incluiu partes da Grécia, Macedônia, Trácia, Ásia Central e norte da Arábia.
Exército dos Imortais
Ciro II criou um exército organizado para impor a autoridade nacional, apesar da diversidade étnico-cultural das nações sujeitas, da vasta dimensão geográfica do Império Persa e da luta constante pelo poder entre concorrentes regionais. O exército profissional incluía a unidade dos "Imortais", composta por 10.000 soldados de infantaria pesada altamente treinados. A cada soldado morto, outro ocupava seu lugar imediatamente. Sob Dario I, o Grande, a Pérsia se tornou o primeiro império a inaugurar e implantar uma marinha imperial, composta por fenícios, egípcios, cipriotas e gregos. Os persas também eram conhecidos por usarem elefantes em batalha.
Governo e comércio no Império Persa
Os registros detalhados sobre a organização social persa durante a dinastia Aquemênida são escassos, mas sabe-se que a sociedade era agrária, com três classes principais: militares/aristocratas, sacerdotes (magos) e camponeses/pastores. O rei detinha poderes políticos e religiosos. No topo da pirâmide social estavam o rei e sua família, seguidos pelos militares/aristocratas, sacerdotes e, na base, camponeses e pastores.
A sociedade persa seguia uma descendência patriarcal. A administração era organizada em satrapias, governadas por sátrapas que seguiam as orientações do rei. Para garantir a lealdade e eficiência, funcionários de confiança do imperador, conhecidos como "olhos e ouvidos do rei," fiscalizavam os sátrapas.
As satrapias eram interligadas por uma rodovia de 2.500 quilômetros, destacando-se a Estrada Real, de Susa a Sardes. Mensageiros montados podiam alcançar as áreas mais remotas em quinze dias. Apesar da relativa independência local proporcionada pelo sistema de satrapia, inspetores reais visitavam regularmente o império e informavam sobre as condições locais utilizando essa rota.
Ciro II criou um império multiestado, inicialmente englobando todos os estados civilizados do antigo Oriente Próximo e, eventualmente, a maior parte do sudoeste e da Ásia Central, além da região do Cáucaso, estendendo-se do Mar Mediterrâneo ao Rio Indo. O controle desse vasto território envolvia um governo centralizado, com monarcas territoriais servindo como governantes por procuração do imperador e um extenso sistema de comércio.
Sob os aquemênidas, o comércio era intenso e contava com uma infraestrutura eficiente que facilitava a troca de mercadorias nos confins do Império Persa. Tarifas sobre o comércio, juntamente com a agricultura e os tributos, eram as principais fontes de receita do império.
Características Econômicas
Os persas eram adeptos de uma diversidade de atividades econômicas, incluindo agricultura, pesca, artesanato, metalurgia e mineração de metais e pedras preciosas. Além disso, demonstravam habilidade no comércio, evidenciada pela construção de estradas pavimentadas para facilitar o transporte e a comunicação.
O desenvolvimento socioeconômico ocorreu de forma significativa com a expansão imperial, influenciado pelo contato com diferentes povos. Ciro II, por exemplo, adotou uma política de tolerância cultural e colaboração com as elites locais, mantendo, ao mesmo tempo, a identidade cultural persa.
A economia persa se fundamentava na cobrança de tributos e no controle dos recursos produtivos locais pelo poder central e pelas diversas camadas de governantes imperiais. Com a consolidação do império, áreas que anteriormente possuíam desenvolvimento econômico independente foram unificadas, estabelecendo uma interligação que antes se dava apenas por meio de relações comerciais, diplomáticas ou militares.
Ao incorporar essa diversidade, o Império Persa desenvolveu elementos que influenciaram as economias locais em toda a região do Oriente Próximo:
Unificação Fiscal e Tributária - todas as satrapias eram obrigadas a pagar impostos ao império, contudo, o valor e a natureza dos tributos variavam de acordo com a relação com o poder central.
Introdução da Moeda - o dárico de prata e ouro tornou-se a moeda oficial do império, cujo valor e peso eram garantidos pelo selo real.
Domínio dos Recursos Produtivos pelas Autoridades Imperiais - o monarca, a família real, a nobreza, os sátrapas e os cortesãos persas eram favorecidos na distribuição e posse de terras.
Controle Estatal de Recursos Estratégicos - diferentes níveis do governo imperial procuravam controlar o acesso à água e desenvolver sistemas avançados de irrigação para promover o desenvolvimento agrícola em regiões mais áridas.
Expansão das Rotas Comerciais - o Estado investiu na expansão e aprimoramento da rede rodoviária, conectando diversas regiões. Essa integração propiciou o desenvolvimento de relações comerciais com áreas mais distantes, facilitando a criação de rotas para o Extremo Oriente e para a Europa.
Reformas econômicas de Dario I
Dario I introduziu o dárico, uma moeda de ouro padronizada, que impulsionou a atividade econômica e simplificou as transações comerciais. Essa moeda permitiu a cobrança de impostos e tributos em dinheiro, concentrando a riqueza do império. Além disso, Dario I empreendeu a construção de Persépolis, incorporando estilos artísticos e arquitetônicos de todo o Império Persa, enquanto melhorava as cidades existentes com novas construções e reparos.
Durante o reinado de Dario I, a Estrada Real, que se estendia de Sardes a Susa, foi concluída, proporcionando uma via de comunicação rápida e relativamente segura para os comerciantes. Ademais, Dario I estabeleceu uma rede de espionagem para garantir a lealdade dos sátrapas e para monitorar qualquer sinal de rebelião.
Tolerância Religiosa e Tradições Locais
O zoroastrismo, fundado pelo profeta Zoroastro, é uma das religiões mais antigas e com uma fé dualista. Ahura Mazda, Senhor da Sabedoria e o Ser Supremo, representava o princípio do bem, enquanto seu irmão gêmeo, Ahriman, deus da escuridão, da destruição, da morte, do mal e da desordem, deseja levar os homens à devassidão e à corrupção. O zoroastrismo possuía um caráter teocrático e tinha um papel político relevante nas mãos do rei. Ahura Mazda.
Originada no segundo milênio a.C., tornou-se a religião oficial dos impérios iranianos pré-islâmicos, perdurando até a conquista muçulmana em 650 d.C., quando foi suprimido. Atualmente, estima-se que existam cerca de 2,6 milhões de zoroastristas, principalmente na Índia e no Irã.
Os textos sagrados do zoroastrismo, compilados no Avesta, incluem os Gathas e o Yasna. Zoroastro ensinou o monoteísmo, o livre arbítrio e a responsabilidade pelas escolhas. O mal é personificado como Angra Mainyu, ou Ahriman. A água e o fogo desempenham papéis centrais nas cerimônias de purificação, simbolizando sabedoria e vida.
O zoroastrismo enfatiza a participação ativa na vida por meio de boas ações, rejeitando o monaquismo ou monasticismo, a prática da abdicação dos objetivos comuns dos homens em prol da prática religiosa. Embora usando expressões diferentes, várias religiões têm elementos monásticos: budismo, cristianismo, hinduísmo, taoismo e jainismo. Acredita-se que Ahura Mazda triunfará sobre o mal, resultando em uma renovação cósmica e na ressurreição dos mortos, culminando na união de toda a criação com Ahura Mazda.
Ciro II compreendeu a importância de manter as regiões conquistadas em condições econômicas favoráveis, permitindo que os governantes locais permanecessem em seus cargos e que a população continuasse a praticar suas tradições religiosas. Essa política de tolerância não apenas assegurou a estabilidade, mas também reduziu significativamente a possibilidade de rebeliões.
O rei Ciro II adotou uma política proativa em relação aos judeus, permitindo que aqueles que haviam sido deslocados pelos babilônios retornassem a Israel e estabelecessem um estado tributário. Essa estratégia foi cuidadosamente calculada para assegurar a lealdade judaica e promover a continuidade da política de tolerância religiosa.
As políticas de Ciro II em relação ao tratamento das religiões minoritárias foram amplamente documentadas em textos babilônicos, bem como em fontes judaicas. Sua atitude geral de tolerância religiosa em todo o Império Persa é um ponto de destaque, embora ainda seja debatido se isso foi implementado por sua própria iniciativa ou se representou uma continuação das políticas babilônicas e assírias.
Governo de Ciro II, O Grande (559-530 a.C.)
O reinado de Ciro II perdurou entre 29 e 31 anos, até sua morte em batalha em 530 a.C., governou o vasto Império Aquemênida empregando monarcas regionais conhecidos como sátrapas, cada um responsável por uma região designada como satrapia. A governança fundamental baseava-se na lealdade e obediência das satrapias ao poder central, representado pelo rei, e no cumprimento das obrigações tributárias. Além disso, Ciro II estabeleceu a conexão entre as diversas regiões do império por meio de um sistema postal inovador que se valia de uma extensa rede viária e estações de retransmissão.
Ele ficou notabilizado por suas conquistas nos campos dos direitos humanos e da política, influenciando tanto a civilização oriental quanto a ocidental. Os antigos babilônios o chamavam de "O Libertador", enquanto a nação moderna do Irã o considera como seu "pai".
Em Pasárgada, ele ergueu uma tumba e um palácio, emoldurados por um jardim irrigado por uma miríade de canais de água. O resultado foi um verdadeiro oásis no deserto que, com suas representações arquitetônicas das culturas subjugadas pelo domínio persa, refletia o Império Persa em escala reduzida.
A retórica real enfatizava que todas as nações conquistadas estavam unidas em serviço ao Grande Rei, cujas leis deviam ser obedecidas e cuja majestade devia ser defendida. O monarca contava com o apoio do grande deus Ahuramazda, que concedeu ao rei o dom da realeza para estabilizar a ordem mundial, visto que a agitação e a rebelião estavam associadas à desordem cósmica.
Cilindro de Ciro II
O Cilindro de Ciro II é um artefato notável do século VI a.C., feito de argila, que se destaca como uma das primeiras manifestações de direitos humanos universais e um símbolo de governança humanitária. Ciro II, conhecido por sua política de tolerância e respeito pelas culturas e religiões dos povos conquistados, permitiu que mantivessem suas tradições, desde que demonstrassem lealdade ao Império Persa.
Cilindro de Ciro II
Descoberto nas ruínas da Babilônia, no Iraque, em 1879, o cilindro oferece entendimentos sobre a queda da Babilônia e detalha a genealogia de Ciro II, além de sua política de repatriação dos judeus após o cativeiro babilônico. Embora sua interpretação histórica seja objeto de debate, muitos estudiosos o consideram como evidência da política de Ciro II de permitir que os exilados retornassem às suas terras e reconstruíssem seus templos. Como peça de propaganda imperial, o cilindro busca legitimar a conquista da Babilônia por Ciro II, retratando-o como o campeão escolhido do deus Marduk.
Cambises II (530-522 a.C.)
Após a morte de seu pai, Ciro II, o Grande, em uma batalha contra os Massagetas na Ásia Central, Cambises II ascendeu ao trono persa. Seu reinado, que durou de 529 a 522 a.C., foi marcado por uma expansão contínua do Império Persa. Em 525 a.C., ele conquistou o Egito, derrotando o faraó Psamético III na Batalha de Pelúsio. Entretanto, suas tentativas de invadir a Núbia e de lançar uma campanha contra Cartago foram infrutíferas.
Embora as fontes gregas o retratem como um déspota louco, que supostamente oprimiu cruelmente seus súditos e desrespeitou as tradições religiosas das nações conquistadas, as evidências arqueológicas encontradas no Egito sugerem uma imagem diferente. As descrições negativas de Cambises II por historiadores gregos antigos, como Heródoto, podem ser influenciadas por preconceitos culturais.
Inscrições do Serapeum de Mênfis (524 a.C.) indicam que Cambises II respeitou os rituais religiosos, como a honra prestada à morte de um touro sagrado.
Dario I, implacável e formidável (522-486 a.C.)
Após a morte de Cambises II em 522 a.C., ao enfrentar um usurpador que se fazia passar por seu irmão, Dario I ascendeu ao poder, enfrentou e superou vários pretendentes ao trono e revoltas regionais, consolidando seu domínio.
O reinado de Dario I marcou um período de esplendor para o Império Persa, caracterizado por notáveis obras de engenharia, como a construção de estradas que ligavam as importantes cidades de Pasárgada, Susa e Persépolis. Dario I controlou vastos territórios após vencer diversas revoltas e prosseguiu com a expansão, conquistando o norte da Índia e a Trácia.
Os textos persas contemporâneos testemunham a extensão do poder de Dario I e sua determinação em defendê-lo. Segundo uma fonte, o próprio deus Ahuramazda concedeu a Dario I "a realeza desta vasta Terra com muitas terras: Pérsia, Média e outras terras de outras línguas, das montanhas e das planícies, deste lado do oceano e do outro lado do oceano, e deste lado do deserto e do outro lado do deserto."
Dario I consolidou seu poder e expandiu o Império Aquemênida ao máximo, implementando reformas administrativas cruciais, como a divisão do império em satrapias, cada uma governada por um sátrapa diretamente nomeado por ele. Para garantir a lealdade dos sátrapas e evitar a concentração de poder regional, ele separou as funções políticas e militares.
Além disso, Dario I foi responsável pela construção de grandes estradas que conectavam as capitais do império - Susa, Persépolis e Pasárgada - e pela introdução do dárico de ouro, a primeira unidade monetária internacional, impulsionando o comércio e a produção artesanal. Suas iniciativas também incluíram o início das Guerras Médicas (499 a.C. - 459 a.C.) na tentativa de subjugar as cidades-estado da Jônia.
Usando a religião como instrumento de legitimidade, Dario I afirmou que Ahura Mazda, o deus zoroastrista, o escolhera para governar o mundo. Ele assumiu o título de Shahanshah, Rei dos Reis, para destacar seu domínio sobre um império diversificado. Dario I introduziu um sistema de tributação regular e uma moeda padronizada, o dárico, unificando a economia e construiu a Estrada Real para facilitar a comunicação e o comércio.
Durante seu reinado, o Império Pexpandiu-se para a Índia, Trácia e Macedônia, enfrentando revoltas internas e a Revolta Jônica. Entretanto, sua tentativa de invadir a Grécia falhou na Batalha de Maratona em 490 a.C.
Inscrição de Behistun
Pouco após sua coroação, Dario I ordenou a inscrição de um texto em um penhasco calcário do Monte Behistun, no atual Irã. A Inscrição de Behistun, redigida pelo próprio Dario I, assumiu um significado linguístico crucial como uma peça fundamental na decifração da escrita cuneiforme.
O texto começa traçando a linhagem de Dario I e descreve uma série de eventos após as mortes dos dois imperadores aquemênidas anteriores, Ciro II, o Grande, e seu filho Cambises II. Dario I enfrentou dezenove batalhas em um ano e reprimiu numerosas rebeliões em todo o território persa.
Com cerca de quinze metros de altura e vinte e cinco metros de largura, a inscrição apresenta três versões do texto em três línguas cuneiformes diferentes: persa antigo, elamita e babilônico (uma forma do acadiano). Os estudiosos foram capazes de comparar essas escritas e usá-las para decifrar línguas antigas, tornando a Inscrição de Behistun tão valiosa para o estudo do cuneiforme quanto a Pedra de Roseta é para os hieróglifos egípcios.
A reputação formidável de Dario I não se limitava apenas ao poder militar. Ele assegurou a implementação de projetos de engenharia e construção em todo o império. No Egito, construiu um canal ligando o Nilo ao Mar Vermelho. Em Persépolis, no coração do Irã, iniciou um vasto programa de construção que transformou a cidade em sua capital cerimonial. Além disso, a cidade elamita de Susa, no oeste do Irã, foi revitalizada quando se tornou a capital administrativa do Império Persa.
Xerxes I (486-465 a.C.)
Xerxes I, conhecido como Xerxes, o Grande, reinou no Império Aquemênida de 486 a.C. até sua morte em 465 a.C. Ele liderou a Segunda Guerra Médica, uma grande invasão à Grécia em 480 a.C., incluindo batalhas famosas como Termópilas, Salamina e Plateia. Apesar de vitórias notáveis, como a captura de Atenas, sua frota foi derrotada em Salamina e seu exército em Plateia, encerrando a expansão persa na Grécia.
Xerxes I também supervisionou projetos de construção, contribuindo para o desenvolvimento de Persépolis e obras de infraestrutura em todo o Império Persa. Ele é descrito nas fontes gregas como poderoso, mas também cruel. Sua derrota na Grécia foi um ponto de virada na história, consolidando a liberdade das cidades-estado gregas.
Apesar disso, o Império Aquemênida continuou existindo após sua morte, mas suas campanhas deixaram uma marca duradoura na memória histórica como um período de conquistas e desafios significativos. Xerxes I é lembrado tanto por suas campanhas militares quanto por suas contribuições para a arquitetura e infraestrutura persas, mas sua derrota na Grécia marcou um ponto crucial na história antiga, moldando as relações entre oriente e ocidente.
Dario III (336 a.C. a 330 a.C.)
Dario III foi o último rei do Império Persa Aquemênida, governando de aproximadamente 336 a.C. até sua morte em 330 a.C. Ele ascendeu ao trono após a morte de Artaxerxes III e a breve sucessão de Artaxerxes IV.
O reinado de Dario III foi marcado por desafios significativos, principalmente a ameaça crescente representada por Alexandre, o Grande, da Macedônia. Assumindo o trono em um período de agitação interna e instabilidade política, Dario III enfrentou a tarefa formidável de defender seu império contra a expansão macedônica.
Sob seu governo, as forças persas e macedônicas se envolveram em uma série de conflitos, conhecidos como Guerras Greco-Persas. A mais famosa dessas batalhas foi a Batalha de Issos, em 333 a.C., onde Dario III enfrentou Alexandre em campo aberto. Apesar de uma vantagem numérica considerável, as forças persas foram derrotadas decisivamente pelos exércitos macedônicos.
Após a derrota em Issos, Dario III continuou a enfrentar Alexandre em uma série de confrontos, incluindo a Batalha de Gaugamela em 331 a.C., onde foi novamente derrotado. A captura de cidades-chave como Susa e Persépolis pelas forças macedônicas enfraqueceu ainda mais o domínio persa.
A morte de Dario III em 330 a.C., em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, marcou o fim do Império Persa Aquemênida e a ascensão completa do Império Macedônico liderado por Alexandre. Embora tenha lutado com bravura para manter a integridade de seu império, Dario III é muitas vezes lembrado como o último grande rei da dinastia Aquemênida, cujo reinado testemunhou o declínio e a queda de uma das maiores potências da Antiguidade.
Declínio do Império Persa
O declínio do Império Persa teve início após as derrotas militares contra os gregos. Em 330 a.C., Alexandre, o Grande, da Macedônia, conquistou o Império após várias campanhas vitoriosas, porém o legado cultural e administrativo persa continuou a influenciar civilizações futuras.
Por volta de 530 a.C., o Império Persa se estendia por toda a Ásia e Egito. O rei Dario I enfrentou revoltas, incluindo a Revolta Jônica, que foi reprimida com a destruição de Mileto. Dario I também tentou conquistar os territórios gregos durante a Primeira Guerra Persa, mas foi derrotado na Batalha de Maratona (490 a.C.).
Após a morte de Dario I, seu filho Xerxes I continuou as tentativas de anexar os territórios gregos na Segunda Guerra Médica, porém foi derrotado em batalhas decisivas como a de Salamina (480 a.C.). O fracasso de Xerxes I marcou o fim da expansão aquemênida.
Com o tempo, os reis aquemênidas aumentaram impostos e recorreram a estratégias econômicas e políticas para interferir na Grécia, em vez de invasões militares diretas. Isso provocou tentativas de governantes regionais de escapar do controle aquemênida, enfraquecendo o império internamente.
Em 334 a.C., Alexandre da Macedônia invadiu o Império Persa e, em 330 a.C., o rei persa Dario III foi assassinado por um de seus generais. Alexandre reivindicou o trono persa e manteve a administração existente para governar seu vasto império. Após sua morte, seu general Seleuco assumiu grande parte do território que havia sido do Império Persa Aquemênida, perpetuando a influência persa na região ֎
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