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Helô Pinheiro, a garota de Ipanema. De ontem, de hoje, de sempre...

  • Foto do escritor: Paulo Pereira de Araujo
    Paulo Pereira de Araujo
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura
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Olha que coisa mais linda… E o mundo parou. Em 1962, Tom Jobim e Vinicius de Moraes viram uma jovem passar em Ipanema e transformaram um simples caminhar em eternidade sonora. A moça era Helô Pinheiro, dezessete anos, indo à padaria ou à praia e, sem saber, virou musa nacional.


O que sempre me intrigou foi isso: a ausência de intenção. Helô não queria seduzir, só existia. E o Brasil, carente de símbolos, a elegeu como redenção estética: bronzeada, leve, silenciosa. A Garota de Ipanema virou passaporte cultural, síntese de um país solar e melancólico. A garota passa, mas não fica. É sobre o que escapa.


E Helô? Descobriu que era a musa da música lendo jornal. Não houve bilhete, serenata nem anúncio. Apenas uma citação numa entrevista. Foi de anônima que ia à praia a símbolo do Brasil, sem trocar de biquíni. Mas o que mais impressiona é a permanência.


Octogenária, Helô ainda se apresenta como “a Garota de Ipanema”. Não senhora, não ex-modelo. Garota. Como se o tempo tivesse falhado em atingi-la. Sua juventude virou ofício, cartão de visitas, negócio. Criou uma loja com o nome da canção, enfrentou e venceu processos. Virou marca.


Tem quem ache piegas. Eu acho fascinante. Helô congelou. Foi eternizada. Cumpre seu papel com dignidade tropical: sorri, dá entrevistas, anda devagar, o charme, esse permanece.


Ela não é mais a garota que inspirou a canção. Ela é a canção. Quando a lenda veste carne, põe óculos escuros e vai à padaria, algo muda no ar.


 
 
 

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