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Edir Macedo, o empresário da fé

  • Foto do escritor: Paulo Pereira de Araujo
    Paulo Pereira de Araujo
  • 16 de mai.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 30 de mai.

Fala mansa de profeta e mãos de banqueiro


Edir Macedo? Ah, esse é um dos personagens mais icônicos e grotescos da tragicomédia brasileira contemporânea. Ele representa o casamento perfeito entre  e faturamento, entre o sagrado e o carnê parcelado. Fundador da Igreja Universal, Macedo é o homem que transformou o púlpito em palanque, o templo em empresa, e a Bíblia em manual de instruções pra enriquecer, ele mesmo, claro, não os fiéis.


A Teologia da Prosperidade que ele prega é um capitalismo de vestal, uma fé supostamente pura, como a das vestais, sendo usada como fachada pra um sistema de lucro, algo que, no fundo, é tudo menos casto: quem crê, enriquece; quem duvida, permanece pobre por merecimento divino. É genial, se você pensar com frieza. Diabolicamente genial.


Edir comprou a Record, virou dono de emissora, colocou Jesus no horário nobre e contratou marqueteiros pra escrever sermões como se fossem roteiros de novela. Um demiurgo do dízimo. Um CEO da fé. Um messias com jatinho. E tudo isso com um sorriso beatífico no rosto, como se vendesse salvação por atacado.


Não sei o que é mais impressionante: sua habilidade de angariar milhões ou o fato de tantos o seguirem sem hesitação. Ele fez da religião um espetáculo, e do espetáculo, um império. Um novo Constantino, só que com CPF e conta nas Ilhas Cayman. Edir Macedo é o espelho distorcido do Brasil: místico, desigual, crédulo e cansado. Um país que troca a cruz pela máquina de cartão. E ainda agradece ֎



 
 
 

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