Donald Trump, um idiota que brinca de ser poderoso
- Paulo Pereira de Araujo
- 7 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 4 dias

Legislador em causa própria
Donald Trump é o retrato em carne viva de um império em decadência que ainda insiste em se achar Roma. Um bilionário de fachada, ególatra profissional e estrela de reality show, Trump é um produto 100% americano: feito de spray bronzeador, slogans patrióticos e autoestima inflada com ar quente. O único homem da história a transformar um império herdado em dívidas bilionárias e, de quebra, sair celebrizado, uma espécie de Midas reverso, tudo o que toca vira manchete e processo.
Empresário de cassinos que quebrou, apresentador de reality show que demitiu meio mundo, presidente dos Estados Unidos que quase demitiu a democracia. Cabelos de algodão-doce passado no óleo e um bronzeado digno de semáforo avariado, Trump provou que o colapso de uma república pode ter sotaque novaiorquino e catchphrases de programa de auditório.
Poeta das redes sociais, embora suas estrofes sejam tuítes em caps lock, cheios de erros de gramática e ataques gratuitos. Um mestre do autoelogio vazio, do insulto pueril e das promessas que evaporam mais rápido que seu autobronzeador sob o sol da Flórida. Nunca leu um livro até o fim, mas fala com a autoridade de quem nunca deixou a ignorância atrapalhar suas certezas. Governa a maior nação do mundo como se fosse CEO de uma rede de fast food ideológica: propaganda no lugar de política, hambúrguer no lugar de diplomacia.
Inventor do conceito de "fatos alternativos", lançou a era do quem grita mais tem razão. Conseguiu a proeza de transformar a Casa Branca num episódio interminável de The Apprentice, só que com armas nucleares no script. Machista assumido, racista disfarçado e messiânico de si mesmo, ele fala em nome de uma América que teme o século XXI. Dizem que será lembrado como símbolo de uma era. Discordo. Símbolos são silenciosos e elegantes. Trump é um alarme de incêndio que ninguém consegue desligar ֎
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