Aristóteles - O primeiro influencer do mundo antigo
- Paulo Pereira de Araujo
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Atualizado: 11 de jun.
A arte de organizar a bagunça
Ah, Aristóteles. O homem que decidiu catalogar o mundo inteiro só porque tava com tempo livre. Enquanto Platão sonhava com ideias perfeitas flutuando numa espécie de nuvem metafísica, Aristóteles desceu à terra e começou a contar formigas, medir folhas e observar peixes. Um verdadeiro funcionário público do pensamento.
Dizem que ele foi o primeiro a praticamente inventar a lógica. Exagero. Minha mãe já usava silogismos quando dizia: “Todo mundo que chega tarde é malandro. Você chegou tarde. Logo, você é malandro.” Aristóteles apenas escreveu isso com um pouco mais de paciência e menos chinelos voadores.
Mas o que me fascina nele não é a lógica, nem a ética do meio-termo, nem a política das formas de governo que degeneram como bananas esquecidas na fruteira. O que me atrai é esse impulso enciclopédico de tentar entender tudo. Do comportamento dos animais às constituições das cidades, das tragédias gregas às causas do movimento, o homem queria saber. Queria compreender. E não tinha Google.
Se Aristóteles vivesse hoje, provavelmente teria um canal no YouTube com playlists como “Biologia em 10 passos”, “Filosofia para apressados” e “Como ser feliz sem parecer estoico”. E, claro, sofreria hate de todos os lados: os platônicos o acusariam de materialista; os modernos, de conservador; os algoritmos, de não performar bem com jovens de 18 a 24 anos.
Mas ele sobreviveria. Porque Aristóteles não era só um filósofo, era um organizador da bagunça do mundo. E nisso, ele se parece um pouco comigo. Só que com menos rabugice ֎
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