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Arte na Pré-História

Atualizado: há 20 horas


Na postagem anterior, Pré-História, o início de tudo, tratamos dos aspectos da Pré-História dos períodos Paleolítico, Mesolítico, Neolítico e da Idade dos metais. Vamos tratar agora das manifestações artísticas de nossos ancestrais durante esse período.


O que é Arte Pré-Histórica


Ao longo da Pré-História, povos nômades seguiram as migrações dos animais para ter fontes confiáveis ​​de alimentos. Havia também tribos sedentárias, afortunadas o suficiente para encontrar locais ricos em recursos naturais, caça ou frutos do mar. Alguns desses povos viviam dentro de cavernas e outros sob a proteção de estruturas naturais.


Embora todo homo sapiens tenha desenvolvido expressões visuais de criatividade, a maioria das evidências desapareceu. O que resta são artefatos paleolíticos escavados nos locais de assentamentos de caça nômades e os desenhos e pinturas que foram protegidos da erosão nas profundezas das cavernas.



Na Europa Central, Rússia e Ásia Central, caçadores nômades nas planícies e pastagens esculpiram esculturas simbólicas de humanos, animais e pássaros, de mamute e osso de veado já em 40.000 a.C.


Na arte um pouco posterior, há evidências de que o homem pré-histórico definia sua aparência com expressão individual. Era retratado com barba ou barbeado, usando cabelos longos ou curtos, trançados ou lisos. É provável que ele decorasse seu corpo com tinta ou tatuagens e criasse “joias” simples usando ossos, pedras, conchas e talvez penas para se enfeitar. Em todo o mundo - da América do Norte e do Sul à Europa, Mongólia, Indonésia e Austrália - povos aborígines, cujas culturas têm 10.000 anos ou mais, fizeram arte ilustrativa. Podemos presumir que o ato de ilustrar é tão ou até mais antigo quanto o homo sapiens.


Períodos da Arte Pré-Histórica


Arte paleolítica - o mais antigo e primitivo de todos, é composto principalmente por pinturas e relevos feitos à mão ou com ferramentas de pedra, usando técnicas rudimentares ou pigmentos extraídos de minerais moídos. Suas tendências são:


Arte parietal e rupestre - pinturas rupestres das paredes com formas artísticas que representavam cenas de caça, representações humanas ou signos, por meio de pigmentos na face da rocha. Não se sabe se serviam para decorar a casa, ou para marcar locais ritualísticos. Eram particularmente comuns na Europa e no Norte da África, sobretudo na região entre França e Espanha.


Arte móvel - relevos e pequenas esculturas, em sua maioria estatuetas antropomórficas, como as diferentes “Vênus”, mulheres nuas esculpidas em pedra, com proporções muito exageradas de seios e quadris em relação ao resto do corpo.


Arte mesolítica - a arte desse período representa uma transição entre as velhas formas do Paleolítico e as novas do Neolítico. O seu registro mais conhecido é o da arte levantina, originária da periferia oriental da Espanha. Seus rituais eram representados por figuras muito esquemáticas, quase pré-hieróglifos, razão pela qual também é conhecida como arte esquemática.


Arte neolítica - durante a chamada Revolução Neolítica, o homem abandonou o nomadismo em favor de uma vida sedentária. Com isso, a arte pré-histórica deu uma reviravolta, com novos materiais e novas técnicas sedentárias, como a cerâmica, fruto da cozedura do barro.


Arte megalítica - no final do período Neolítico, aparece a arte megalítica ou arquitetura megalítica, com suas enormes figuras de pedra como menires, galerias de pedra ou dolmens.


Pragmatismo, a Arte com Utilidade Material


Como é evidente, a arte pré-histórica é uma categoria muito ampla, com manifestações plásticas e visuais de diversos tipos e origens. Seus depósitos são, geralmente, encontrados em cavernas e locais de assentamentos primitivos, a maioria no continente europeu, embora existam importantes sítios arqueológicos na África, Ásia e América.


A arte pré-histórica foi consequência da expansão e diversificação da espécie humana pelo planeta, dando origem a culturas e civilizações muito diversas, cada uma delas com uma visão própria, embora ainda primitiva, do mundo e de si mesmas.


Sabe-se que o Homo Neanderthalensis coletava materiais com formas e cores marcantes usados na decoração de suas cavernas e nas cerimônias fúnebres. As primeiras formas de arte pré-histórica pertenceram a esse hominídeo, datando de mais de 67.000 anos. Mas o Cro-Magnon foi o que deixou mais e melhores vestígios artísticos, na forma de pinturas, gravuras e pequenas esculturas. Alguns deles datam de 35.000 anos.


Não existem documentos escritos que revelem algo sobre a história dos homens desse tempo; tudo o que conhecemos se deve a pesquisas de antropólogos e historiadores. Eles reconstruíram a cultura do homem primitivo com base em objetos encontrados em diversas partes do mundo e de pinturas no interior de diversas cavernas.



Todas as manifestações desse período são consideradas como arte pré-histórica. Os mais antigos sinais de expressões artísticas encontrados foram pinturas e desenhos gravados em paredes e tetos das cavernas, esculturas femininas em pedra e marfim e pequenos objetos confeccionados e decorados. Isso pressupõe uma grande variedade de produções, desenvolvidas em diferentes locais e por diferentes povos, mas com uma característica em comum, o pragmatismo, ou seja, uma arte com utilidade material, cotidiana ou mágico-religiosa.


A Mais Antiga Arte Representacional


O ser humano faz arte por muitas razões e com quaisquer tecnologias que estejam disponíveis. A decoração não-representativa, extremamente antiga, foi encontrada por toda a África. O mais antigo exemplo datado com exatidão é uma coleção de conchas de caracóis Nassarius de 82.000 anos, furados e cobertos com ocre vermelho, encontrada no Marrocos.


Os padrões de desgaste sugerem que eles podem ter sido amarrados como contas. Também foram encontradas, em Israel, conchas de Nassarius que podem ter mais de 100.000 anos. Conchas furadas e pequenos pedaços de ocre (hematita vermelha) gravados com padrões geométricos simples foram encontrados na caverna Blombos, na África do Sul, em uma camada de sedimentos estimada em 75.000 anos.



As mais antigas imagens representacionais conhecidas vêm da cultura Aurignaciana do período Paleolítico Superior. Descobertas arqueológicas realizadas numa ampla faixa da Europa (especialmente no Sul da França, Norte da Espanha e Suábia, na Alemanha), incluem mais de 200 grutas com pinturas, desenhos e esculturas Aurignacianas que estão entre os primeiros exemplos indiscutíveis de imagem representativa. A mais antiga delas, com idade estimada de 35.000 a.C.,

é uma figura feminina com seis centímetros de altura esculpida em marfim de mamute, encontrada em seis fragmentos na Caverna de Hohle Fels perto de Schelklingen, no sul da Alemanha.


Arte Rupestre


Do francês rupestre, o termo denomina gravação, traçado ou pintura sobre suporte rochoso. Considerada a expressão artística mais antiga da humanidade, essa arte foi realizada em cavernas, grutas ou ao ar livre. Alguns especialistas criticam o uso do termo “arte” para fazer referências às inscrições sobre pedra que remontam, em geral, aos povos de épocas pré-históricas, na medida em que as pinturas e gravações descobertas pelas pesquisas arqueológicas nem sempre teriam um sentido estético evidente.



Exemplos mais antigos remontam a tempos glaciais, é possível localizá-la nas eras Paleolítica e Neolítica e até mesmo em épocas recentes. Os exemplares europeus são mais antigos (Altamira na Espanha e Lascaux na França) realizados entre 40.000 e 30.000 anos antes de Cristo.



As técnicas empregadas constituem outro aspecto explorado pelos pesquisadores. A pintura parece ser a realização mais antiga. Os traços podem ter sido feitos com os dedos ou com ajuda de utensílios. As cores, eram obtidas do carvão (preta), do óxido de ferro (vermelha e amarela), da gordura ou cera. A pintura, geralmente, era feita com traços e formas geométricas e retratava o cotidiano dos primeiros seres humanos e dos animais.


Na Caverna de Lascaux as pinturas têm cor preta contendo carvão moído e dióxido de manganês. Substâncias líquidas como água, clara de ovo e, muito raramente, sangue foram também empregadas nas pinturas.


A arte pré-histórica é extremamente diversa e contém não apenas desenhos e entalhes destinados a representar a vida real, mas também utensílios, construções e artefatos para fins funerários.


O naturalismo era a principal característica da arte nesse período, ou seja, desenhar e pintar o que se estava vendo, a natureza como aparecia para o artista. Uma representação da realidade, ou da imaginação, o mais natural possível, para que o observador pudesse identificar e compreender o conteúdo.


Arte no Paleolítico Superior – 45.000 a 8.000 a.C.


As primeiras manifestações artísticas feitas pelo homem se iniciam nesse período. São traços simples como as “mãos em negativo”, feitas nas paredes de argila das cavernas. O artista soprava um pó obtido de rochas trituradas sobre a sua mão, encostada na parede da caverna. A parte em volta da mão ficava colorida, mas não a parte coberta pela mão. Algo parecido com o grafite atual.


Pintura


A pintura rupestre é uma manifestação da arte pré-histórica, manifestada com desenhos em rochas ao ar livre ou nas paredes internas das cavernas. Algumas pinturas têm cerca de 40.000 anos. Resistiram ao tempo justamente por estar dentro de cavernas.


De acordo com pesquisas, o naturalismo do Paleolítico era uma arte totalmente ligada à natureza. O homem do Paleolítico vivia em tribos isoladas, caçando e coletando frutos. Ainda não havia criado os seus deuses e não acreditava na existência de vida após a morte e não possuía uma religião formalizada.



Tudo gravitava em torno da subsistência, o que leva a crer que a arte não possuía um outro propósito a não ser o de conseguir um meio de obtenção de alimento. Como já vimos, a arte produzida possuía uma utilidade material e cotidiana.


O artista caçador desenvolveu uma visão aguçada e profundos conhecimentos da vida animal. Conseguia, assim, reproduzir com realismo as formas dos animais, com detalhes e cores que só seriam vistos mais tarde, na evolução das artes visuais.


Baseado nesse sentimento de posse o pintor caçador supunha que, ao produzir a imagem de um animal, teria poder sobre a “alma” dele, podendo assim interferir na realidade. As pinturas eram concebidas como um ser vivo, como um animal que existia realmente e não como uma simples representação. Ele acreditava que cada imagem deveria ser “utilizada” somente uma vez.


Provavelmente, quando ele desenhasse um animal e sentisse que já o possuía, não mexia mais na imagem. Então começava outra imagem que poderia até se sobrepor à anterior. Ele acreditava que mataria o “espírito vital” do animal verdadeiro se o ferisse em um desenho, a mesma crença do vodu.


Muito mais do que um boneco com alfinetes espetados, o vodu é uma religião bastante comum na África Ocidental e no Haiti. Seus rituais são marcados pela música, dança e muita comida. Na cerimônia, os participantes entram em transe e incorporam os loas (bons ou maus) e pedem orientação para resolver problemas do dia a dia.


Em sua maioria, as pinturas estão localizadas no interior profundo de cavernas, em lugares escuros. A nítida impressão é a de que essas imagens não poderiam possuir um caráter decorativo. Também não poderiam ser interpretadas como uma forma de expressão. Isso leva a acreditar na tese de que eram utilizadas em rituais. Ao evoluir intelectualmente, o homem se torna capaz de compreender uma imagem conforme seu significado simbólico.


Os pigmentos utilizados são materiais facilmente encontrados na natureza, como argilas, minerais, carvão, ossos carbonizados e vegetais misturados aos aglutinantes para dar viscosidade e fixar o pigmento. Para esse fim, triturava-se os elementos sólidos e se adicionava clara de ovo, sangue, excrementos (principalmente de morcegos), gordura animal, bem como ceras e resinas vegetais.


Escultura


As esculturas, feitas com calcário e representadas de forma realística, tinham também fins pragmáticos. Podiam ser utensílios domésticos, com temática predominante de animais e figuras humanas. As esculturas femininas, conhecidas como Vênus, tinham grandes seios e ancas largas associadas ao culto da fertilidade.



Entre as obras mais importantes da arte pré-histórica está a Vênus de Willendorf, uma estatueta de formas femininas, associada ao grupo geralmente conhecido como Vênus Paleolíticas, uma série de esculturas que compartilham características como seus exagerados atributos femininos. Sua altura é de onze centímetros. Tem o rosto coberto e não possui uma base que lhe permita ficar em pé. Foi descoberta em 1908, durante uma escavação em um assentamento paleolítico em solo austríaco. Estima-se que tenha sido criada entre 24.000 e 22.000 a.C. Hoje é possível admirá-la no Museu de História Natural de Viena.



A Vênus de Tan-Tan, uma possível figura antropomorfa, foi descrita por Robert G. Bednarik. O objeto tem 6 cm de comprimento, 2,6 cm de largura e 1,2 cm de espessura, 10 gramas de quartzito. Foi descoberta em 1999, durante uma pesquisa arqueológica pelo arqueólogo alemão Lutz Fiedler. Estava em um depósito de terraço fluvial na margem norte do rio Draa, cerca de 10 km a o nordeste da cidade de Tan-Tan, no Marrocos.


Nenhuma datação do artefato nem do depósito foi realizada. Ambos são atribuídos ao Acheuliano Médio, entre 500.000 e 300.000 a.C. nessa região. O objeto, incluindo seus "braços" e "pernas", foi criado por processos geológicos naturais. As ranhuras horizontais em ambos os lados parecem ser formadas em parte naturalmente, em parte artificialmente (por percussão). De acordo com estudos preliminares, contém vestígios de pigmento parecido com ferro e manganês. É uma descoberta controversa, pois muitos cientistas acham que sua semelhança com os humanos pode ser mera coincidência.


Música


As informações sobre a Pré-História baseiam-se em referências documentais não escritas, que funcionam como fontes históricas, tais como pinturas rupestres, fósseis e ossadas, sítios arqueológicos, esculturas e ferramentas, entre outras. Há desenhos rudimentares feitos em paredes de cavernas, onde aparecem manifestações de dança, indicando movimentos corporais provavelmente acompanhados de música primitiva e de sons vocais.


O homem, no Paleolítico, estava rodeado de inúmeros eventos sonoros produzidos pela natureza, sons que ele tenta imitar com sua voz, corpo e materiais. Usava ferramentas para diversos fins, incluindo a música. Seu corpo também era usado como instrumento musical, tanto melódico como rítmico, por meio da voz e da percussão corporal. A música era usada nas mais variadas ocasiões, como por exemplo: para celebrar a caça, para realizar rituais de agradecimento, para aplacar a fúria ou fazer pedidos aos deuses. Nesse sentido a música era usada como um meio de comunicação com o divino.


Uma flauta de osso de urso, descoberta em 1995, no sítio arqueológico Divje Babe, na Eslovênia. Submetida ao exame de carbono 14, sua idade estimada é de aproximadamente 50.000 anos a.C., época do homem de Neandertal. É o instrumento melódico de sopro mais antigo do mundo. Ela recebeu o nome de Flauta de Neandertal, em homenagem ao seu provável criador.



Os primeiros exemplos de música surgem, portanto, da necessidade de comunicação. Acredita-se que ele tentava imitar os sons da natureza com onomatopeias. Um dos objetivos seria imitar sons de animais menores para caçá-los ou para atrair predadores, a quem ele também caçava. O ato de bater os pés no chão, as mãos no peito, afastava os inimigos durante as lutas ou assustava os animais que ele queria caçar.


Esse homem primitivo achava que o som da chuva ou o estrondo do trovão tinha uma origem divina. Ao imitá-los, supunha estar se comunicando com as divindades, movido por uma forte necessidade de espiritualidade. As primeiras danças eram usadas em festas, para cortejar ou para obter o favor das divindades. A voz também foi usada como instrumento rítmico, com estalos de língua e sons vocais ritmados.


Com os materiais encontrados na natureza, ele construiu os primeiros instrumentos musicais, pedras simples ou madeira batida; chocalhos feitos com folhas ou conchas; instrumentos de dedilhar feitos com cordas retesadas; instrumentos de sopro como apitos de osso ou pedra e flautas de bambu.


Arte no Neolítico – 8.000 a 4.000 a.C.


Nesse período o homem passou por uma verdadeira mudança em seu modo de vida material e espiritual. Passou de nômade a sedentário, não na conotação que se tem hoje. Abandonou o estado de caçador e coletor de alimentos, dominou a natureza e desenvolveu a agricultura e a pecuária. A produção de excedentes agrícolas e sua armazenagem garantia o alimento necessário para os momentos de seca ou inundações. Com mais alimentos, as comunidades foram crescendo e logo surgiu a necessidade de trocas com outras comunidades.


Foi nessa época que ocorreu um intenso intercâmbio entre vilas e pequenas cidades. As hordas (tribos), que antes eram isoladas e viviam muitas em constantes transição, dão lugar a comunidades organizadas e unidas. A vida passou a ser mais segura em relação à sobrevivência devido ao desenvolvimento da agricultura.


Com a evolução do Paleolítico ao Neolítico, surge uma marcante transformação no seu modo de vida tendo como consequência a divisão da sociedade em classes, a divisão do trabalho e a diferenciação profissional, a produção primária e a manufatura, o comércio especializado, o artesanato e o trabalho masculino e feminino.


Todas essas conquistas se refletiram na arte. O estilo naturalista, predominante no Paleolítico, deu lugar a um estilo simplificado e geométrico. O poder de observação do artista foi substituído pela estilização das formas, pela racionalização e pela abstração em formas geométricas.



Quando esse homem primitivo tem consciência de que sua morte é regida pelo bom e mau tempo, da chuva e do sol, do raio e do granizo, das pragas e da fome e mais uma série de fatores, ele passa a acreditar que exista realmente uma força maior que controla a natureza a favor ou contra ele. São espécies de demônios e espíritos incorporados às suas crenças para justificar as intempéries.


Essas questões se tornam o foco principal dessa fase. O animismo substitui a magia. Em termos gerais, o animismo é a doutrina de que os organismos vivos são animados por uma alma, ou seja, a alma é o princípio da vida orgânica e da vida psíquica. É a cosmovisão em que entidades não humanas possuem uma essência espiritual.


O conceito se refere a crenças cruas e ingênuas, nas quais se confundem imagens, sentimentos e realidade. Está presente na antropologia da religião como um termo para o sistema de crenças de alguns povos indígenas, especialmente antes do desenvolvimento de religiões organizadas.


O animismo divide o mundo entre realidade e a supra realidade que transcende a realidade objetiva e material cotidiana, o mundo real e o mundo dos espíritos. O homem do Neolítico começa a sentir a necessidade de criar imagens para seus ídolos e diversos outros símbolos de adoração, pois acreditam que eles favorecerão o maior controle sobre as populações que se proliferam.


A arte desse período procura retratar a realidade como a confrontação de dois mundos. As formas que antes no naturalismo do período Paleolítico eram fiéis reproduções de animais, dão lugar a formas simples e estilizadas de representação.


Eles estabelecem uma divisão entre arte sacra e arte profana; isto é, a arte das representações religiosas e a arte da ornamentação secular. Produzem os retratos de ídolos e a arte sepulcral assim como a cerâmica secular, com formas decorativas.


Arte Megalítica


São desse período as primeiras obras de arquitetura registradas na história, os monumentos megalíticos (do grego mega = grande e lithos = pedra). Esses monumentos possuem três organizações: menires (grandes pedras cravadas no chão de forma vertical), dolmens (galerias cobertas que possibilitavam acesso a uma tumba) e cromeleques (menires e dolmens organizados em círculo).


O Menir de Mollet, do final do Neolítico, entre 3.300 e 2.200 a.C., esta estátua de pedra com 4,9 metros de altura e 68 centímetros de espessura foi encontrada em em 2009, em Mollet del Vallés, em Barcelona. Representa uma figura humana em baixo relevo, por vezes completada ou substituída por gravuras.


Stonehenge, Arquitetura e Arte Pré-Histórica


Stonehenge é um monumento cuja imensa popularidade ultrapassa os limites do conhecimento e do interesse pela arte pré-histórica. O seu diâmetro é de pouco mais de 100 metros e estima-se que tenha sido construído entre 3.100 e 1.600 a.C., período que vai do final do Neolítico ao início da Idade do Bronze. Foi descoberto na década de 1920 depois que um arqueólogo, de um avião, fotografou o local.



Stonehenge foi concluído há cerca de 4,6 mil anos. Pode ter sido parcialmente construído a partir de elementos de monumentos megalíticos mais antigos, localizados a centenas de quilômetros.


A sua importância se deve ao fato de suscitar muitas questões quanto à sua procedência, sobretudo devido à sua arquitetura sofisticada, que parece não ter concorrência no seu contexto histórico.


Ninguém sabe ao certo a função de Stonehenge. As teorias variam. Uma delas é a de que seria um calendário celestial solar, demonstrando que os homens do período Neolítico possuíam um avançado conhecimento astronômico. A entrada principal se alinha com o nascer do sol no solstício de verão.


Pesquisas arqueológicas recentes, entretanto, apontam que Stonehenge era usado para o enterro cerimonial após a incineração do corpo. Afinal foram descobertas 56 covas contendo os corpos cremados de ao menos 64 pessoas que viveram durante o Neolítico. Segundo análises mineralógicas realizadas por cientistas britânicos, os blocos de pedra localizados em Wiltshire, no sul da Inglaterra, foram transportados por via terrestre. Existem hoje cinquenta e duas pedras, mas os especialistas acreditam que eram oitenta. As pedras menores dentro do círculo interno são conhecidas como pedras azuis, erguidas por volta de 3.000 a.C.


O santuário é um dos principais monumentos arquitetônicos do período Neolítico. A literatura medieval garante que o monumento teria sido erguido pelo mago Merlin, conselheiro do mítico Rei Arthur. Já no período moderno, por volta do século XVII, foi a vez de afirmarem que Stonehenge seria um espaço de ritos funerários de sumos sacerdotes celtas, chamados de druidas ֎


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