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Samira Azzim - Nakba, exílio e lutas entre Israel e Palestina

Atualizado: 13 de jun.


Samira Azzam vivenciou a  Nakba, o exílio e as lutas entre Israel e Palestina


Samira Azzam foi uma das mais importantes escritoras palestinas do século XX, notável por suas contribuições à literatura de contos curtos, atualmente, pouco conhecida. Nascida em 13 de setembro de 1927, na cidade de Acre, na Palestina, em uma família cristã ortodoxa, filha de Qaisar Azzam e Olympe Buri e casada com Adib Yusuf al-Hisn. Seu trabalho em radiodifusão, redação de contos e jornalismo foi, infelizmente esquecido. Suas coleções de histórias exploram a identidade palestina de forma profunda e significativa.


Infância e juventude


Samira Azzim completou o ensino fundamental em uma escola pública em Acre e o ensino médio no Nuns' College em Haifa, Israel. Ela também fez um curso de inglês por correspondência. Como tinha um excelente domínio do inglês escrito e falado,  traduziu para o árabe os escritos de George Bernard Shaw, John Steinbeck, W. Somerset Maugham e Edith Wharton. Aos dezesseis anos, Samira trabalhou como professora na escola ortodoxa grega em Acre, de 1943 a 1945. Ainda adolescente, no início da década de 1940, começou a publicar artigos no jornal Filastin sob o pseudônimo de The Girl from the Coast (Uma moça do Litoral).


Longo e interminável Conflito Entre Israel E Palestina


O conflito entre Israel e Palestina é uma disputa prolongada e complexa, envolvendo questões históricas, territoriais, religiosas e políticas. A Palestina é importante para judeus, cristãos e muçulmanos e Jerusalém é central na tradição judaica. Até a Primeira Guerra Mundial, a região estava sob controle do Império Otomano. Após a guerra, a Palestina foi administrada pelos britânicos. Com a Declaração de Balfour, em 1917, A Grã-Bretanha apoiou a criação de um lar nacional para judeus na Palestina, aumentando a imigração judaica e as tensões com a população árabe.


Em 1947, a ONU propôs o Plano de Partilha da Palestina, recomendando a criação de dois estados independentes, um judeu e um árabe, com Jerusalém sob administração internacional. Os líderes judeus aceitaram o plano, mas os líderes árabes e a maioria da população árabe palestina rejeitaram-no.



Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion proclamou a criação do Estado de Israel. No dia seguinte, forças árabes de países vizinhos invadiram o território, iniciando a Guerra Árabe-Israelense de 1948 ou Guerra da Independência, por Israel. Durante e após o conflito, um total de 700 mil a 800 mil palestinos foram expulsos de suas terras ou fugiram de suas casas devido a uma combinação de medo, violência, e expulsões diretas. Entre 400 e 500 vilas palestinas foram destruídas. Esse período ficou conhecido como Nakba, palavra árabe que significa “catástrofe”.


Um grande número de refugiados palestinos se estabeleceu em campos na Cisjordânia, Gaza, Líbano, Síria e outros países. A maioria desses refugiados e seus descendentes ainda vive em condições precárias e sem uma solução permanente para sua situação. A Nakba continua a ser um ponto central de dor e identidade para os palestinos e um fator importante no conflito entre israelenses e palestinos.


Em dezembro de 1948, a Assembleia-Geral da ONU aprovou a Resolução 194, dando direito aos palestinos refugiados a voltarem paras suas terras se assim o desejassem. Porém, essa resolução nunca foi cumprida. O dia 15 de maio é comemorado como o Dia da Nakba pelos palestinos, lembrando a perda de suas terras, casas e modo de vida. A Nakba não é apenas um evento histórico, mas uma realidade contínua para muitos palestinos, pois as questões de direito ao retorno, status de refugiados e autodeterminação permanecem não resolvidas.


Criação da Faixa de Gaza


A Faixa de Gaza, como uma entidade geopolítica distinta, começou a tomar forma após a Guerra Árabe-Israelense de 1948-1949. Após a guerra, o território da Faixa de Gaza foi ocupado pelo Egito. O armistício de 1949 entre Israel e Egito delineou a fronteira da Faixa de Gaza, formalizando assim a sua existência como uma faixa de terra sob controle egípcio.


Segundo Francesca Albanese, relatora especial das Nações Unidas para a Palestina Ocupada, cerca de 40% dos palestinos da Cisjordânia são refugiados desde 1948 que fugiram da violência após a criação do Estado de Israel”. Além disso, a maioria dos residentes da Faixa de Gaza é de refugiados ou descendentes de refugiados, segundo a especialista da ONU. 


Conflitos posteriores Entre Israelenses e Palestinos


Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel capturou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental, Sinai e as Colinas de Golã, mudando o mapa político. Foram criados Acordos de Paz e Intifadas. "Intifada" é um termo árabe que significa "revolta" ou "levantamento". As tentativas de paz, como os Acordos de Oslo (1993), estabeleceram a Autoridade Palestina. Duas intifadas (1987 e 2000) resultaram em violência :


PRIMEIRA INTIFADA (1987-1993) - iniciada em dezembro de 1987, foi marcada por protestos, greves e confrontos entre civis palestinos e militares israelenses. Terminou com os Acordos de Oslo, em 1993, que buscaram estabelecer a paz entre israelenses e palestinos.

 

SEGUNDA INTIFADA (2000-2005) - também conhecida como "Intifada de Al-Aqsa", começou em setembro de 2000 após a visita de Ariel Sharon ao Monte do Templo/Esplanada das Mesquitas, vista como provocação pelos palestinos. Essa intifada foi mais violenta, com atentados suicidas e operações militares, resultando em muitas mortes de ambos os lados. A violência diminuiu em 2005, sem um acordo formal de término. Ambas as intifadas tiveram grande impacto nas relações israelo-palestinas e no processo de paz na região.



Situação antes da Guerra entre Israel e Hamas


Israel estabeleceu assentamentos na Cisjordânia, considerados ilegais pela lei internacional, dificultando as negociações de paz. O status de Jerusalém é reivindicada por ambos os lados; Israel a considera sua capital "indivisível", enquanto os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental. Sob bloqueio rigoroso de Israel e Egito, a Faixa de Gaza é governada pelo Hamas, que se opõe à existência de Israel. Conflitos armados entre Israel e Hamas são frequentes, resultando em muitas mortes e destruição.


Carreira literária de Samira Azzam


A carreira literária Samira Azzam começou quando ela era professora e, mais tarde, como radialista em diversas estações de rádio árabes, incluindo a Rádio Bagdá e a Rádio Kuwait. Ela também trabalhou com jornalismo e escrita literária, escrevendo artigos e contos que tratavam das questões sociais e políticas que afetavam a Palestina e os palestinos.


Samira cresceu em uma época de grandes turbulências na Palestina. Após a criação do Estado de Israel, em 1948, Samira Azzam e sua família foram realocadas para o Líbano devido à expulsão e fuga dos palestinos. Essa experiência de exílio e desarraigamento se refletiu profundamente em sua escrita.


Depois de dois anos Samira Azzam deixou sua família para se tornar diretora da Hilla Girls School, localizada na cidade de Hilla, no Iraque. Hilla é uma cidade histórica situada no centro do país, ao sul de Bagdá, conhecida por sua proximidade com as ruínas da Antiga Babilônia. A escola Hilla Girls School, sendo uma instituição educacional, servia à comunidade local proporcionando educação para meninas em uma região com rica herança cultural e histórica.


No Iraque, ela começou sua carreira como locutora de rádio da Near East Asia Broadcasting Company. Primeiro, Samira escreveu para o programa “Women's Corner”. Em 1954, a estação se mudou para Beirute e ela ficou encarregada de um programa diário chamado “When Morning Comes”. A sua voz tornou-se uma presença regular na vida de muitos árabes, tornando a sua escrita ainda mais poderosa. No Líbano, Samira Azzam publicou sua produção literária em revistas como al-Adib e al-Adab. Samira continuou a trabalhar para essa estação até ela ser fechada após a agressão tripartida contra o Egito no outono de 1956.


Seu primeiro livro de contos, "Ashya’ Saghira" (Coisas Pequenas), foi publicado em 1954 e marcou o início de uma carreira literária promissora. Ela publicou mais três coleções de contos antes de sua morte prematura em 1967. Em 24 de dezembro de 1959, Azzam casou-se com Adib Yousef Hasan. Eles retornaram ao Iraque por um curto período. No entanto, tiveram que sair quando a monarquia caiu, e a nova república acusou as transmissões de Azzam de serem hostis ao governo. O regime de Abd al-Karim Qasim expulsou o casal do Iraque, acusando-os de simpatias nasseristas.


Gamal Abdel Nasser (1918-1970) foi um importante líder político egípcio e uma figura central na história do Egito e do mundo árabe no século XX. Ele é mais conhecido por seu papel como Presidente do Egito, posição que ocupou de 1956 até sua morte em 1970.



Ao retornar a Beirute, ela começou a escrever para inúmeras publicações femininas e a traduzir clássicos ingleses para o árabe. Em Beirute, Samira Azzam contratou a Franklin Company for Publishing and Translation para traduzir uma série de obras literárias do inglês para o árabe. A partir do início dos anos 1960, ela foi colaboradora regular do semanário Al-Hawadith de Beirute. Seus artigos abordavam questões políticas e sociais, além de temas literários.


A perigosa atuação política de Samira Azzam


No início dos anos 1960, foram criadas várias organizações secretas palestinas. Ela desempenhou um papel proeminente na formação do núcleo do que se tornou a Frente de Libertação da Palestina em 1961. Azzam foi a única mulher entre um grupo de combatentes do sexo masculino que se reuniu para se preparar para a criação dessa frente, também conhecida como “Tariq al-' awda” (o Caminho para o regresso), desde que emitiu a sua primeira proclamação secreta, em 1963.


Samira Azzam continuou a sua luta secreta e incansável. Rapidamente se tornou responsável pela seção feminina da frente, função que manteve até sua morte.

Em termos de atividade política pública, participou no Primeiro Congresso Nacional da Palestina em Maio de 1964, do qual surgiu a OLP – Organização para Libertação da Palestina, em 28 de maio. Samira foi uma das oito mulheres que representaram as mulheres da Palestina naquele congresso histórico. Um ano depois, ela participou da conferência realizada pela União Geral das Mulheres Palestinas, em Jerusalém.


As histórias coletadas de Samira Azzam


Out of Time: The Collected Stories of Samira Azzam” é uma coleção de 31 contos publicada pela Arablit Books. Os contos capturam a situação de um povo oprimido, a nostalgia de dias passados e o trauma geracional, expressando as vidas e preocupações diárias de pessoas interconectadas pela injustiça e reminiscência.


Azzam foca nas experiências individuais em vez de retratar explicitamente a ocupação e o exílio, criando uma sensação de melancolia que permeia suas histórias. A tradução para inglês de Ranya Abdelrahman preserva a essência das narrativas.


A própria vida de Azzam, marcada pela Nakba e seu exílio, influencia suas histórias. As histórias evoluem para um tom mais político, mantendo a sutileza característica, e abordam lutas não apenas na Palestina, mas também no Iraque durante a Primeira Guerra Mundial.



Principais livros e resenhas de Samira Azzam


ASHYA’ SAGHIRA (Coisas Pequenas) – coleção de contos que exploram a vida cotidiana dos palestinos, suas lutas, alegrias e tristezas. Azzam utiliza uma linguagem simples mas evocativa, permitindo que os leitores sintam a profundidade das emoções de seus personagens. Os contos são curtos, mas poderosos, cada um capturando um momento específico ou uma emoção que ressoa profundamente.


AL-BAYD AL-MUTHAJ (Os ovos congelados) - Azzam continua a explorar temas de deslocamento e identidade. Essa coleção de contos é marcada por uma forte crítica social e política, refletindo a desilusão e a esperança dos palestinos na diáspora. Os personagens de Azzam são complexos e multifacetados, refletindo a diversidade da experiência palestina. A autora usa metáforas e símbolos para aprofundar a narrativa, criando histórias que são tanto literárias quanto profundamente humanas.


SAA’A AL-TARIKH (A hora da história) – coleção de contos que destaca a habilidade de Samira Azzam em combinar o pessoal com o político. Os personagens frequentemente enfrentam dilemas morais e éticos, refletindo as difíceis escolhas impostas pelo contexto histórico em que vivem. Azzam utiliza uma narrativa envolvente para explorar temas como a resistência, a justiça e a dignidade humanas.


AL-TAREEQ AL-JADEED (O Novo Caminho) – obra que reflete o desejo de renovação e mudança na sociedade palestina. Aborda as esperanças e as aspirações dos jovens palestinos, bem como os desafios que enfrentam. A narrativa é otimista, mas realista, oferecendo uma visão equilibrada das possibilidades e das limitações que moldam a vida dos palestinos.


Out of Time: The Collected Short Stories of Samira Azzam


OUT OF TIME: THE COLLECTED SHORT STORIES OF SAMIRA AZZAM - publicada pela Arablit Books, é uma coletânea de trinta e um contos que abordam as preocupações cotidianas e as vidas de pessoas interconectadas por uma rede de injustiça e lembranças com foco nas experiências individuais. A leitura provoca uma melancolia intensa e oferece lições de perspectiva, graças à tradução para o inglês da tradutora egípcia Ranya Abdelrahman, que captura a essência das histórias. As perspectivas dos contos refletem a vida de Azzam, que viveu a Nakba de 1948.



Críticas literárias recebidas por Samir Azzam

A escrita de contos era popular na década de 1950 por uma série de razões. Os contos prestavam-se muito bem à distribuição. Eles poderiam ser lidos em voz alta no rádio. Também poderiam ser publicados em jornais e como coleções que poderiam facilmente chegar às mãos dos leitores. Para os editores de “Out of Time”, foi importante tentar aumentar a consciência do brilhantismo de Azzam como autora.

Entre as mulheres palestinas, Samira Azzam foi pioneira no campo do jornalismo e da radiodifusão e em termos de atividade nacionalista clandestina. Também produziu cinco coleções de contos, bem como estudos literários e críticos. O crítico egípcio Raja al-Naqqash chamou-a de “princesa do conto árabe”.


No obituário dela, Ghassan Kanafani dirigiu-se a ela como “Minha professora e instrutora”. No que diz respeito à sua produção literária, Kanafani afirmou: “Não se pode descrever a sua produção como feminista. Em vez disso, pode-se chamá-la de ‘literatura do exílio’ porque gira em torno de uma causa nacional mais extensa do ponto de vista humano do que um mero reflexo da realidade psicológica ou sentimental das mulheres.”


Para Muhammad Hussein, licenciado em Política Internacional e analista político de assuntos do Oriente Médio, os contos de Out of Time: The Collected Short Stories of Samira Azzam encapsulam a opressão de um povo, a nostalgia de dias esquecidos e o trauma geracional com profundidade impressionante.


Características da escrita de Samira Azzim


Samira Azzam é amplamente reconhecida por suas coleções de histórias que exploram a identidade palestina durante um período tumultuado. Sua primeira coleção, "Small Things", publicada em 1954, examinou o papel das mulheres na sociedade palestina. Ao retornar a Beirute em 1959, Azzam voltou seu olhar para outras estruturas sociais, como a hierarquia de classes, publicando mais duas coleções: "The Big Shadow" e "The Clock and the Man". Sua escrita não culpava diretamente as causas dessas estruturas sociais, mas criava enredos que caracterizavam subculturas dentro da sociedade palestina, relacionando-as ao contexto político da época e oferecendo uma abordagem que considera a totalidade de um sistema em vez de focar apenas em suas partes isoladas.

 

Azzam dedicou grande parte de sua obra à experiência palestina na diáspora, abordando temas como precisão e controle, geralmente centrando suas histórias em uma ação ou escolha específica. Em "Little Things", por exemplo, seus personagens lutam com questões de identidade e propósito. Na história "Porque ele os amava", ela retrata um fazendeiro que perde tudo no êxodo de 1948, recorrendo ao álcool e, tragicamente, matando sua esposa em um acesso de desespero. Azzam não o caracteriza como mau, mas como alguém nobre que tomou decisões erradas devido às circunstâncias adversas.

 

Samira Azzam também fez um comentário extenso sobre as mulheres na sociedade. Em vez de culpar diretamente os homens pela opressão das mulheres, ela atribuía as lutas delas à sociedade como um todo. Esse ponto de vista é exemplificado em "Porque Ele os Amava", onde a esposa é vista como uma vítima das circunstâncias que cercam o marido, e não dele



Embora inicialmente suas opiniões políticas fossem mascaradas, Azzam passou a tornar suas alegorias mais claras, refletindo as lutas políticas palestinas. Na história “A Caminho das Piscinas de Salomão”, Azzam narra a tentativa desesperada de uma professora de aldeia de resistir às forças israelenses, simbolizando a luta palestina pela sobrevivência. A professora enterra seu único filho sob uma árvore, representando a esperança persistente dos palestinos de que um dia sua terra lhes pertencerá novamente.

 

Os motivos em suas histórias frequentemente refletiam suas próprias lutas. Suas heroínas, muitas vezes independentes e responsáveis pelo sustento da família, eram inspiradas por sua própria vida de trabalho desde jovem. Seus personagens eram vistos como realistas, concentrando-se nas lutas das pessoas comuns, mesmo que ela não pertencesse a esse grupo demográfico.


Situação atual do Conflito entre Israel e o Hamas

 

Após o início de uma operação militar israelense contra o Hamas, em 7 de outubro, quase dois milhões de pessoas fugiram de suas casas em Gaza. A ONU declarou a Faixa de Gaza "inabitável" devido à alta densidade populacional e aos danos dos combates. Com o fechamento da fronteira de Erez, os residentes da Cidade de Gaza se dirigiram ao sul, incluindo Khan Younis e Rafah, que agora abriga mais de um milhão de pessoas. Rafah enfrenta escassez de alimentos e abrigos superlotados.


Após um breve cessar-fogo em novembro de 2023, a ajuda humanitária diminuiu, devido aos bombardeios contínuos e à falta de combustível, que causaram danos severos à infraestrutura civil. Mais de 500 mil pessoas estão desabrigadas, e muitas instalações médicas estão inoperantes. As operações terrestres israelenses visam eliminar combatentes do Hamas, resultando em danos graves, especialmente no norte e na Cidade de Gaza. Apenas 12 dos 36 hospitais estão funcionando parcialmente.


Estima-se que foram mortos quase 30 mil palestinos, incluindo 8 mil crianças, e mais de 1,2 mil israelenses e estrangeiros. A solução de dois estados é amplamente apoiada como a melhor para a paz, mas enfrenta obstáculos significativos, como questões de segurança e o status de Jerusalém, exigindo compromissos e boa vontade de ambas as partes.


Papel dos Estados Unidos no Conflito entre Israel e Palestina


Os Estados Unidos desempenham um papel significativo no conflito entre Israel e Palestina, fornecendo considerável ajuda militar e econômica a Israel, incluindo financiamentos anuais, tecnologias militares avançadas e armamentos. Na arena internacional, os Estados Unidos frequentemente usam seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para proteger Israel de resoluções desfavoráveis e são um defensor firme de Israel em várias organizações internacionais e negociações diplomáticas.


Historicamente, os Estados Unidos atuaram como mediadores em tentativas de resolver o conflito entre judeus e palestinos, como nos Acordos de Camp David (1978), Acordos de Oslo (1993) e na Cúpula de Camp David (2000). A proposta da solução de dois Estados, defendida por muitos presidentes americanos, busca estabelecer um Estado palestino ao lado de Israel. Em diversas ocasiões, os Estados Unidos apresentaram propostas de paz, como o Plano de Paz do Oriente Médio de 2020, durante a administração Trump, que foi criticado por ser pró-Israel.


Os Estados Unidos também fornecem assistência humanitária e econômica aos palestinos, variando conforme a administração americana em vigor. Organizações como a USAID ajudam na infraestrutura, saúde e educação na região. O reconhecimento da Palestina e o apoio ao seu direito de estabelecer um Estado independente também variam, como exemplificado pelo reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel em 2017 pela administração Trump, uma decisão condenada pelos palestinos.


Os Estados Unidos utilizam sua influência política para pressionar ambas as partes em direção a negociações e compromissos, incluindo a limitação da expansão dos assentamentos na Cisjordânia e encorajando a liderança palestina a engajar-se em negociações diretas. A ajuda militar a Israel e a assistência aos palestinos frequentemente vêm com condições específicas relacionadas à segurança e reformas políticas.


Morte e esquecimento de Samira Azzam


Uma das razões pelas quais o nome de Samira Azzam não é amplamente conhecido hoje, se deve à sua morte prematura em 1967, aos trinta e nove anos. Samira Azzam estava escrevendo um romance intitulado "Sinai Sem Fronteiras". Ela o destruiu após a derrota árabe na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Dois volumes de suas histórias foram publicados postumamente, consolidando seu legado como uma das vozes mais importantes na literatura palestina.


Pouco antes de completar quarenta anos, ela estava numa viagem de verão a Amã com amigos para entrevistar refugiados de guerra quando sofreu um ataque cardíaco e morreu dentro do carro.

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