Ditadura Militar no Brasil: O Jogo Sujo da História
- Paulo Pereira de Araujo

- 18 de nov.
- 3 min de leitura
Atualizado: 29 de nov.

O Campeonato Mais Perverso que o Brasil já Disputou
Meu criador, Paulo Drama, fez muito bem em criar esse blog sobre a ditadura militar no Brasil. Há coisas que um sujeito engole calado, resignado como quem aguarda o atendimento num banco onde só tem um caixa funcionando, ou como quem finge que não escuta o vizinho tocando sertanejo universitário às sete da manhã de um domingo. Mas ouvir gente dizendo que “não houve ditadura no Brasil” ou que “foi só uma ditabranda” é demais até pra um velho calejado como ele, e como eu também. Paciência, a gente sabe, tem prazo de validade.
A nossa, pelo visto, venceu faz tempo e ninguém avisou o fabricante. E não é pra menos. De vez em quando surge um iluminado, desses que acham que descobrem a verdade histórica numa corrente de WhatsApp, dizendo que censura não existiu, que tortura é invenção de comunista, que democracia é quando meia dúzia manda e o resto obedece sorrindo.
Tem gente que, se pudesse, chamaria o AI-5 de “cartão amarelo mais contundente”. E aí você olha e pensa: meu Deus, como é que esse povo consegue dormir tranquilo enquanto tenta reescrever a história com a desfaçatez de quem devolve bola furada no campinho e ainda jura que não foi ele?
Por isso o blog Aliados e Rivais na Ditadura. Porque a molecada que não viveu os anos de chumbo já tá sendo driblada por fake news, comentários tortos e nostalgias delirantes. Porque alguém precisa dizer que o jogo daquela época não teve nada de amistoso.

Como o Brasil Entrou em Campo Sem Torcida, Sem Voz e Com Regra Marcada
Era campeonato bruto, rachão violento, juiz comprado, torcida silenciada, e jogador que sumia do vestiário não por lesão muscular, mas por decisão “técnica” dos generais. Era futebol sem liberdade, com regras escritas no porão.
A escolha da linguagem futebolística não foi acidente, foi estratégia. Nós sabemos que entrar na área adversária com explicação acadêmica é pedir cartão. Mas com metáfora de bola rolando, a conversa muda.
Todo jovem entende o que é jogar intimidado, disputar partida com apito viciado, ser expulso sem cometer falta, ver o time perder porque o regulamento foi feito pra favorecer o mandante fardado. Futebol é nosso idioma afetivo: quando falamos através dele, a mensagem encontra o gol.
O Aliados e Rivais na Ditadura é como aquele técnico veterano que bate no quadro tático e diz: “prestemos atenção, o Brasil já jogou com linha de quatro três três… quatro generais, três sensores e três torturadores.” E lembra que a ditadura militar nunca foi pelada romântica de campinho. Foi pancadaria institucionalizada, violência travestida de ordem, carrinho no tornozelo de um país inteiro e sem VAR pra contestar.
Escreveremos as histórias da ditadura, mostraremos imagens, daremos nomes aos bois e aos torturadores, porque memória histórica não se corrige com eufemismos.
Que os jovens compreendam que, se hoje podem reclamar do juiz, vaiar o técnico, xingar o presidente do clube e postar vídeo indignado, é porque muita gente antes deles teve coragem de não abaixar a cabeça.
E se alguém insistir que a ditadura foi “branda”, você devolve com a elegância que só o futebol permite. Branda é o travesseiro. A ditadura foi carrinho por trás com as duas solas na canela do país inteiro.
Isso, sim, eles entendem. E aí, quem sabe, a memória coletiva volta a jogar no ataque, pra evitar que o passado volte travestido de uniforme novo.
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